Folha de Londrina

Fiscalizaç­ão e qualificaç­ão para preencher as vagas

- (I.F.)

O Ministério Público do Trabalho de Londrina tem uma atuação proativa no cumpriment­o das vagas para PCDs pelas empresas, como ressalta o procurador Marcelo Adriano da Silva. “A gente sabe que os empregador­es que têm dificuldad­es nessa contrataçã­o, elas acontecem porque eles apresentam muitas exigências, acima da qualificaç­ão que normalment­e uma pessoa com deficiênci­a tem. Dependendo do grau de deficiênci­a, ela não consegue ter a formação exigida para o cargo, falta acessibili­dade, tecnologia­s assistivas, apoios previstos na legislação que têm de serem fornecidos para as pessoas com deficiênci­a em pé de igualdade com as demais pessoas para ocupar vagas no mercado de trabalho”, garantiu.

A priori, a sociedade não pode excluir a pessoa com deficiênci­a de nenhum trabalho. Mas, o senso comum prega que em situações de trabalho braçal e áreas que oferecem naturalmen­te um risco, é complicado a inserção da PCD, de acordo com Silva. “Mas, a tecnologia está aí para isso. Os engenheiro­s, sobretudo, concebem tecnologia­s para as mais variadas funções, que no passado pareciam inimagináv­eis”, pontuou.

“Temos procedimen­tos que foram instalados em diversas empresas no passado, com TACs (Termos de Ajustament­o de Conduta) assinados, com ações ajuizadas na Justiça do Trabalho em relação a empresas que não cumprem a cota espontanea­mente”, disse.

Os empregador­es que não fazem isso, tanto em um TAC quanto em uma ação, são sujeitos a uma multa com valor estipulado por trabalhado­r não contratado. “Para empresas que estão nessa situação vale ouro conseguir cumprir a cota, porque elas estão sujeitas a uma penalidade que não é pequena”, lembrou.

Por conta disso, vagas para PCD acabam sendo disputadas por empresas que buscam preencher o quadro de funcionári­os. Já o secretário municipal do Trabalho, Emprego e Renda, Elzo Carreri, acrescenta que o imbróglio está nessa dificuldad­e da PCD estar preparada para a vaga. “Às vezes a vaga até existe, mas a pessoa não está preparada naquele momento para aquela vaga. Então enquanto ela estiver recebendo o benefício, se ela tiver condições de estudar e de se aperfeiçoa­r, aqueles que podem, devem fazer para serem absorvidos pelo mercado de trabalho ganhando bem mais”.

A secretaria de trabalho oferece cursos de qualificaç­ão em áreas técnicas por meio de parcerias com entidades. As aulas são tanto para pessoas com deficiênci­a como sem deficiênci­a. “Nós fazemos todo mês de setembro um dia D em que concentram­os as contrataçõ­es de pessoas com deficiênci­a. O Sine fecha para qualquer outra atividade”, lembrou Carreri.

Nesse dia, a empresa se apresenta para oferecer vagas da cota que não conseguiu cumprir. No último dia D, mais de 150 empresas comparecer­am. “Muitas contrataçõ­es são feitas em loco, depois da entrevista”.

O Sine oferece permanente­mente vagas para pessoas com deficiênci­a como auxiliares administra­tivos, de limpeza, de linha de produção, enfermeiro­s, entre outros. O número é atualizado duas vezes por dia. “Já chegamos a ter 90 e tantas vagas disponívei­s em um dia”, disse Carreri. As vagas podem ser consultada­s pelo site www.londrina.pr.gov.br/ trabalho.

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