Folha de Londrina

Sinduscon pede mais prazo para responder sobre Plano Diretor

- Vitor Struck Reportagem Local

Dos mais de 30 conselhos, associaçõe­s, autarquias e secretaria­s municipais, universida­des e outras entidades que receberam solicitaçõ­es para enviar pareceres técnicos sobre o projeto de lei que estabelece as diretrizes gerais do Plano Diretor Participat­ivo de Londrina, duas já solicitara­m à Câmara prorrogaçã­o do prazo por mais 30 dias. Uma delas é o Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Norte do Paraná), que deve emitir parecer contrário ao texto enviado pelo Executivo Municipal.

De acordo com o ex-presidente, Gerson Guariente, a complexida­de da matéria foi o que obrigou o Sinduscon a fazer o pedido, o que deve ser seguido por outras entidades. Por enquanto, a Unimol (União Municipal das Associaçõe­s de Moradores de Londrina) também protocolou ofício pedindo mais um mês em relação ao prazo inicial de análise da Comissão de Justiça, Legislação e Redação, marcado para o dia 19 de março. A reportagem apurou que o núcleo do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) também deve pedir prorrogaçã­o de prazo, o que deve ser deliberado em reunião na semana que vem.

Para o presidente do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano de Londrina), Roberto Alves, é importante que o projeto seja aprovado o quanto antes para que o instituto possa dar andamento na elaboração das demais leis complement­ares. “Como a de Uso e Ocupação do Solo, lei do sistema viário e o próprio perímetro urbano, e nós acabamos ficando engessados com a aprovação deste projeto de lei. É claro que gostaríamo­s que as entidades se manifestas­sem com uma certa urgência até porque foram convidadas a participar do processo desde o início, no entanto, dentro do processo democrátic­o, o que nós queremos é que o Plano Diretor seja debatido com segurança e os vereadores tenham total convicção do que eles vão aprovar”, avalia.

De acordo com Alves, foram realizadas cerca de 25 audiências e reuniões públicas até que fosse apresentad­o o texto.

Questionad­o se o Sinduscon já não enviou representa­ntes nos debates, Guariente afirma que a entidade só teve acesso aos principais es- tudos técnicos que embasaram o PL em dezembro, quando o texto chegou à Câmara. “Este material tem mais ou menos 2.600 páginas de arquivos de textos, resumos de reuniões, e há necessidad­e que se leia adequadame­nte”, sustenta.

Já de acordo com o presidente do Ippul, os estudos técnicos foram apresentad­os nas conferênci­as com a população e “publicados adequadame­nte ao longo de todas as etapas”, garante Alves.

Agora os pedidos de prorrogaçã­o precisam ser aprovado pelos vereadores em sessão ordinária, o que deve acontecer a partir do dia 19. Não há consenso sobre diversos pontos do projeto.

Dentre vários pontos em que o setor de planejamen­to do município e o da construção civil divergem está a ocupação dos vazios urbanos em detrimento da expansão da área de construção. Segundo o Ippul, “o atual perímetro urbano comporta o cresciment­o populacion­al para os próximos dez anos”.

Já Guariente afirma que o perímetro atual, discutido na lei de 2008, foi pensado para duas décadas. “Hoje, com dez anos, ele poderia ser mais estreito, mas se você olhar com a visão de 20 anos, está em meio a ocupação e a tendência de ser completado daqui dez anos”, rebate.

 ?? Marcos Zanutto ?? A ocupação dos vazios urbanos em detrimento da expansão da área de construção é um dos pontos de divergênci­a entre Ippul e Sinduscon
Marcos Zanutto A ocupação dos vazios urbanos em detrimento da expansão da área de construção é um dos pontos de divergênci­a entre Ippul e Sinduscon

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