Controle biológico em grandes áreas? É possível
Quando o assunto é controle biológico aplicado, um dos grandes gargalos em grãos de fato era a mecanização, já que o processo de liberação de algum tipo de inimigo natural em grandes áreas era bem complexo. Panorama, entretanto, que tem mudado com a popularização dos drones, por exemplo. O pesquisador da Embrapa Soja, Adeney de Freitas Bueno, relata que atualmente se trabalha muito com parasitoides de ovos, como a vespa Trichogramma e o Telenomus podisi, para o controle de percevejo e que está em processo de registro pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “Esses organismos são muito usados porque são pequenos. É possível criar microvespas num pequeno espaço físico, embalar e jogar no campo com facilidade e baixo custo.”
A busca pelo controle biológico para o percevejo, aliás, é muito grande devido à dificuldade de lidar com ele inclusive com defensivos químicos. “Cada Embrapa vai trabalhar com organismos de acordo com a cultura e com maior potencial para se tornar um produto. Isso tem a ver com a facilidade de criação. A tesourinha mesmo é um fantástico inimigo natural, mas ainda não há metodologia e tecnologia para criá-las e comercializá-las.”
As culturas que utilizam menor espaço - caso dos hortifruti - continuam ainda sendo as principais para a aplicação do controle biológico. “Culturas com maior valor agregado como o tomate e o morango são bem receptivas, porque consegue-se agregar valor ao preço, caso dos orgânicos. Em soja e milho tudo é mais recente, mas já está se tornando competitivo em relação ao controle químico.”
Por fim, o pesquisador lembra que acontece em Londrina, entre os dias 11 e 15 de agosto, no Parque Ney Braga o 16º Simpósio de Controle Biológico (Sincobiol), promovido pela Sociedade Entomológica do Brasil. O tema deste ano será “Controle biológico: da academia ao campo, rumo à sustentabilidade”. A expectativa é entre 500 e 800 participantes entre estudantes, pesquisadores, produtores, professores, técnicos e profissionais de empresas do setor.
Entre os temas em destaque estão: empreendedorismo e comercialização no controle biológico, biotecnologia e formulação de biopesticidas, controle com predadores e parasitoides, MIP e gargalos do uso de produtos biológicos no campo. Mais informações sobre as inscrições podem ser feitas pelo site www.sincobiol.com.br