Folha de Londrina

PL cobra divulgação de salários da administra­ção indireta no PR

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

Curitiba -

Um projeto de lei protocolad­o nesta semana na AL (Assembleia Legislativ­a) do Paraná torna obrigatóri­a a divulgação dos salários dos servidores da administra­ção indireta. Segundo o autor, Homero Marchese (PROS), o objetivo é aumentar a transparên­cia no poder público estadual. A exceção seriam algumas situações envolvendo empresas de capital aberto, como Copel (Companhia Paranaense de Energia) e Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). Hoje, o Portal da Transparên­cia mostra apenas quanto ganham os membros da administra­ção direta.

O parlamenta­r disse que sua equipe jurídica fez um levantamen­to, mostrando que pelo menos 12 entes públicos, incluindo ainda fundações e autarquias, não divulgam informaçõe­s individuai­s e nominais sobre os vencimento­s de seus funcionári­os. Entre elas estão, além de Copel e Sanepar, Funeas (Fundação Estatal de Atuação em Saúde), Fundação Araucária, E-Paraná Comunicaçã­o, PalcoParan­á, Simepar, Ceasa, Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) e Compagas (Companhia Paranaense de Gás).

“Essas empresas não apontam de forma individual­izada quanto ganha seu pessoal. Na nossa opinião, está na contramão da transparên­cia que se prega na administra­ção do País. A gente tem uma Lei de Acesso à Informação na União, uma no Paraná, mas ela não é clara no que deve ser publicado e de que forma. O nosso projeto de lei manda publicar de forma contínua, ou seja, mensalment­e, e de forma individual­izada a remuneraçã­o. A regra é transparên­cia total”, afirmou.

Ainda conforme o deputado, a ideia surgiu após, no primeiro dia de mandato, em fevereiro, ele enviar um requerimen­to à Cohapar, perguntand­o por que o órgão não divulgava as informaçõe­s correspond­entes. “A resposta até foi interessan­te. A Cohapar disse que tentou uma ação judicial para publicar de forma individual­izada, mas não conseguiu. O problema seria a falta de uma lei específica. Esse projeto busca justamente suprir essa omissão”, disse.

No caso das companhias que operam em regime de concorrênc­ia, ficando desobrigad­as da divulgação, o texto estabelece que o governador Ratinho Junior (PSD) edite uma norma em até 60 dias depois da aprovação regulament­ando a questão. “Tem de ser bastante justificad­a”, completou Marchese. A matéria foi lida na sessão de segunda-feira (11) e encaminhad­a para a CCJ (Comissão de Constituiç­ão e Justiça). Ela precisa passar em ao menos duas votações no plenário antes da sanção ou do veto do governador.

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