Desvio de dinheiro público no HU
Acorrupção é uma doença que afeta a saúde dos brasileiros e isso fica mais nítido quando um dinheiro que poderia ser usado para melhorar o atendimento em hospitais públicos e postos de saúde é desviado para outros fins.
A saúde pública é uma área que sofre constantes ataques de corruptos e uma investigação da Polícia Civil do Paraná revelou nesta terça-feira um esquema de desvio de R$ 1,1 milhão do HU (Hospital Universitário) de Londrina. Com a deflagração da Operação Espelho Falso, a polícia mostrou que foram feitos pagamentos em duplicidade para empresas que forneciam serviços médicos terceirizados para a instituição que atende pessoas carentes de todo o Norte do Paraná.
Segundo a polícia, o esquema teria participação de uma mulher que trabalhava como secretária da diretoria clínica do hospital e morreu no mesmo dia em que daria esclarecimentos sobre o esquema. A morte, ocorrida há cinco meses, ainda está sendo investigada e a hipótese de suicídio é levada em consideração. Nesta terça-feira, oito mandados judiciais de busca e apreensão domiciliar e cinco de sequestro de bens foram emitidos. Oito pessoas foram indiciadas por prática de peculato, falsificação de documento público, organização criminosa, fraude em licitação e lavagem de dinheiro. Ninguém foi preso até o momento.
As investigações apontam que o esquema perdurou de 2016 até o primeiro semestre de 2018 e foi escancarado quando o TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Paraná pediu esclarecimentos sobre pagamentos em duplicidade feitos em nome de médicos. A servidora que faleceu em circunstâncias suspeitas centralizava as ordens de pagamento para empresas terceirizadas.
A Universidade Estadual de Londrina e o HU tomaram as medidas cabíveis, criando uma comissão de sindicância, suspendendo contratos e fornecendo informações às autoridades policiais. Criar mecanismos que dificultem irregularidades é importante, assim como é preciso identificar onde foi parar o dinheiro desviado do HU. A corrupção no Brasil é sistêmica porque está enraizada no cotidiano das pessoas e de muitas instituições. Mudar é o desafio, desnaturalizando um mal que atrasa o desenvolvimento econômico e social.