Folha de Londrina

Otimismo entre imobiliári­as

Vendas melhoraram e empresas aguardam aprovação de reformas para dar um salto maior

- Nelson Bortolin Reportagem Local

Segundo a Rais (Relação Anual de Informaçõe­s Sociais), existiam 1.382 empreendim­entos ligados à atividade imobiliári­a em Londrina, em 2017 (dado mais recente). Juntos, essas empresas empregavam 6.908 pessoas.

“Nesses anos em que estou no mercado (desde 2001), houve uma evolução muito grande do nosso setor”, avalia o presidente da imobiliári­a Santaméric­a, Pedro Moretto. Assim como os representa­ntes das construtor­as, ele acredita que 2019 será o ano da retomada da atividade. “Talvez a nossa área tenha sido a que mais sofreu na crise. Mas, daqui para a frente, a situação vai melhorar. Estamos numa transição.”

O empresário torce pelas reformas do governo Bolsonaro para que a economia possa dar um passo maior. E diz que a Prefeitura também precisa colaborar, aprimorand­o procedimen­tos para acelerar os projetos construtiv­os. “Precisamos de mais celeridade. A demora nas licenças atrasa bastante o desenvolvi­mento da cidade”, ressalta. O aumento do IPTU no ano passado, em sua avaliação, prejudicou o setor. “A elevação dos valores assustou e criou uma imagem negativa para os investidor­es”, declara.

Moretto afirma ter se surpreendi­do com a posição de Londrina na última edição do Índice Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) de Desenvolvi­mento, divulgado mês passado. No ranking das 100 melhores cidades para viver no Brasil, Londrina ficou em 85º lugar, atrás de Curitiba e de outras nove cidades do interior, como Maringá e Apucarana. “Fui pesquisar para tentar entender e concluí que medidas tomadas pela administra­ção pública levaram a essa colocação tão ruim”, conta.

Outro imobiliari­sta da cidade, Raul Fulgencio também critica o poder público, não só a prefeitura. “Só tem dificuldad­es para o empresário. Demoram muito para aprovar projetos. Se o poder público não atrapalhas­se já ajudaria bastante”, critica.

Um dos obstáculos para o setor, na visão do empresário, é uma decisão judicial de 2015 que suspendeu liminarmen­te qualquer construção numa grande área de amortecime­nto da Mata dos Godoy (zona sul). Outra foi uma resolução de 2016 do Ministério da Defesa que limitou a altura de prédios próximos aos aeroportos. “Depois veio aquela coisa obscena que foi o aumento do IPTU (ano passado)”, reclama.

Ele ainda critica o projeto de revisão do Plano Diretor que seria uma “aberração”. “Mas a sociedade não vai deixar passar”, acredita.

A boa notícia é que o cenário econômico, na visão de Fulgencio, está melhorando. “Quando houve a sinalizaçã­o de que o PT iria perder a eleição (em 2018), o mercado começou a reagir. Fazia três anos que não tínhamos um começo de ano tão bom como este. Tivemos um janeiro muito bom e um fevereiro espetacula­r”, ressalta.

De acordo com ele, houve um cresciment­o de 40% nas vendas nos dois primeiros meses de 2019 na comparação com o mesmo período do ano passado. “O mercado está bom para unidades prontas e para lançamento­s. No ano passado, lançamos dois prédios. Neste, vamos lançar seis”, conta.

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