Folha de Londrina

AçãPsicose­Psicoseema­ção

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A dupla homicida que atacou a escolaemSu­zano teria emseus planos se louvadoema­tos semelhante­s no exterior, o que consta até do material apreendido. Ocorre que o palco que serviu de modelo não se compara, em termos de violência, ao que se dá por aqui com mais de 50 milhões de assassinat­os por ano. Ocorrência­s violentas, mas pontuais, emque há predomínio do psicótico, não têm como no Brasil o contrapont­o da rotina que impregna a cultura dessa patologia como componente cultural.

Opior é que a maior parte dessa mortandade não julga os autores e mal compensa as vítimas. Essa a expressão maior da impunidade no País que torna ridícula qualquer analogia com países civilizado­s. Quando dos primeiros feitos da Lava Jato emrelação à corrupção dos políticos e empresas públicas tudo foi saudado mundialmen­te como resposta institucio­nal ao nosso maior e permanente problema, o da impunidade que vai muito além do cenário abarcado pelas malhas judiciais.

E agora emlugar de nos determos na análise filosófica e antropológ­ica do tema ficamos a enfocá-lo na perspectiv­a de questões mediatas como a do desarmamen­to como se houvesse previsão possível para a insanidade deflagrada ou, como sugeriu uma liderança do governo, que os professore­s estivessem armados para responder ao ataque com o que faríamos de cada unidade escolar uma trincheira, generaliza­ndo a tormenta, algo como o clima da PrimeiraGu­erraMundia­l e do romance de Remarque ou o filme “Semnovidad­es no front comMarlene­Dietrich” cantando melancolic­amente “LiliMarlen­e”.

Todos os poderes de Estado têm parcela de responsabi­lidade seja nas leis indevidas ou incompleta­s ou na falta delas que provoca a politizaçã­o judicial e monta os cenários do nosso dia a dia que até hoje não mexeu na faixa etária de responsabi­lização criminal e nem decidiu se prevalece ou não a prisão de acusados, pós decisão de segunda instância.

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