Folha de Londrina

Senado barra emergência deTrump

- Marina Dias Folhapress

Washington

- O Senado americano aprovou nesta quinta-feira (14) uma resolução que barra a declaração de emergência nacional nos Estados Unidos, decretada por Donald Trump em fevereiro. O presidente, porém, deve usar pela primeira vez seu poder deve topara revertera medida, o que pode refletir perda de controle do Legislativ­o, inclusive dentro de seu partido, emvotações fundamenta­is para o governo.

A aprovação do texto no Senado - de maioria republican­a - só foi possível pela dissidênci­a de parlamenta­res do partido de Trump, que votaram junto com democratas por barrara emergênci anacional apesard apressão do presidente, feita em público enos bastidores.

Em 15 de fevereiro, Trump decretou emergênci anacional para poder remanejar recursos do orçamento e financiar sua principal promessa de campanha - o muro na fronteira dos EUA com o México. A medida, porém, foi duramente criticada pela oposição, formada pelo Partido Democrata, mas também por alguns republican­os, que veem o gesto como inconstitu­cional.

Os senadores Thom Tillis, da Carolina do Norte, Susan Collins, do Maine, Lisa Murkowski, do Alasca, e Rand Paul, do Kentucky, por exemplo, já haviam emitido opiniões contrárias à emergência nacional antes da votação. Após Trump publicar em uma rede social nova pressão, nesta quinta, outros republican­os se juntaram a eles. Muitos congressis­tas argumentam que o decreto extrapola a autoridade do presidente.

Pela manhã, Trump escreveu que este era umvoto“pelo crime” e por Nancy Pelosi, democrata presidente da Câmara que é contrária à emergência nacional e à construção do muro. No fim da semana passada, o senador republican­o John Barrasso havia informado à Fox News que encontrou Trump algumas vezes e que “ele vai vetar a medida, e seu veto será sustentado”. A declaração - antes mesmo da votação - foi vista como uma admissão de que o Partido Republican­o não tinha força para impedir que o Senado votasse para anular a ordem de emergência nacional de Trump, o que aconteceu nesta quinta.

Entre os deputados em fevereiro, o texto passou com 245 votos contra 182. A margem, porém, não é suficiente para impedir o veto do presidente - são necessário­s dois terços em cada Casa para anular o veto presidenci­al - 290 deputados e 67 senadores.

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Saul Loeb/AFP Trump pretende remanejar recursos do orçamento e financiar a construção de muro na fronteira dos EUA com o México

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