Folha de Londrina

Volume de vendas apresenta resultado positivo em janeiro

Cresciment­o de 0,8% do comércio varejista ficou abaixo da média nacional de 1,9%

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Ovarejo paranaense começou o ano com incremento de 0,8% no volume de vendas em relação a janeiro do ano passado, mas cresceu abaixo da média nacional, que ficou em 1,9%. No levantamen­to do comércio varejista ampliado - que considera veículos, motociclet­as, parte e peças e materiais de construção - o volume teve alta de 3,3% ficando próximo ao desempenho nacional (3,5%).

A performanc­e do varejo ampliado foi impulsiona­da pelos automóveis. “O Paraná é forte em revendas de veículos e o desempenho positivo (10,2%) pode estar ligado às atividades das agroindúst­rias, pois esta categoria contempla o consumo das famílias e das empresas”, explicou Isabella Nunes, coordenado­ra da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a).

Os dados da pesquisa divulgados nesta quinta- feira ( 14) mostram o comportame­nto do varejo estadual muito próximo do nacional, com cresciment­o maior das vendas de artigos de uso pessoal e domésticos (31,4%). “O perfil do Paraná ficou muito parecido com o do Brasil, com alta dos produtos de lojas de departamen­to. O que puxa essa altaéoaces soa o crédito facilitado que essas lojas oferecem, mesmo com juros mais altos. Isso estimula a venda”, avaliou Nunes. Nesta categoria também são computadas as vendas dos ecommerces.

Por outro lado, as vendas de tecidos, vestuários, calçados, móveis e eletrodomé­sticos apresentar­am queda .“A concentraç­ão de con- sumo está em atividades de uso contínuo e essencial. Neste agrupament­o, que vem recuando, o aumento da renda do consumidor não está sendo suficiente para ele apostar em produtos de maior valor agregado”, comentou.

Os dados mensaisdaP­NAD Contínua (Pesquisa Nacional de Amostra por Domício) vêm sinalizand­o uma estabilida­de no consumo. O brasileiro voltou ao mercado, mas são compras moderadas, calcadas nos itens básicos. “O brasileiro, e esse comportame­nto se repete no Paraná, está consumindo com moderação”, disse Nunes.

O economista Marcos Rambalducc­i, colunista da FOLHA, chama a atenção para o desempenho dos vizinhos Santa Catarina (8,4%) e Rio Grande do Sul (5,1%). “O Paraná ficou aquém dos demais estados da região Sul, que tiveram um cresciment­o mais robusto. O Rio Grande do Sul vinha de uma situação de inadimplên­cia no setor público, no entanto avançou mais do que a média nacional. Isso demonstra uma dificuldad­e maior de recuperaçã­o do Paraná”.

O desempenho do vestuário reflete que o paranaense está com a renda comprometi­da e postergand­o as compras. O indicador do SPC (Sistema de Proteção ao Crédito) Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) mostra um consumidor que se mantém consciente de sua condição financeira e gastando dentro dos limites de seu orçamento. Em fevereiro, o indicador fechou com 11% menos consumidor­es tendo seus nomes incluídos no cadastro de restrição a crédito, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

O SPC Acil já havia regis- trado números positivos em janeiro, quando apontou redução de 9% na inclusão de consumidor­es no cadastro de inadimplên­cia, frente a janeiro de 2018. No ano, este número mostra redução de 10% nas inclusões na comparação com o mesmo período de 2018.

NACIONAL

Em janeiro, o comércio varejista nacional cresceu 1,9% em relação a janeiro de 2018, com taxas positivas em cinco das oito atividades pesquisada­s. Os avanços ocorreram em hipermerca­dos, supermerca­dos, produtos alimentíci­os, bebidas e fumo ( 2,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico ( 6,4%), artigos farmacêuti­cos, médicos, ortopédico­s, de perfumaria e cosméticos (7,2%), combustíve­is e lubrifican­tes ( 1,4%) e equipament­os e material para escritório, informátic­a e comunicaçã­o (1,6%).

Por outro lado, as atividades em queda foram móveis e eletrodomé­sticos (- 2,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (- 27,3%) e tecidos, vestuário e calçados (-1,2%).

No varejo ampliado, as vendas cresceram 3,5%. O volume de veículos vendidos aumentou 8,8%, enquanto o de material de construção avançou 2,2%.

A taxa do volume vendido em 12 meses vem perdendo dinamismo desde abril de 2018, passando de uma alta de 2,3% nos 12 meses encerrados em dezembro de 2018 para aumento de 2,2% nos 12 meses encerrados em janeiro de 2019.

 ?? Ricardo Chicarelli ?? Os eletrodomé­sticos, entretanto, estão entre os produtos que apresentar­am queda nas vendas
Ricardo Chicarelli Os eletrodomé­sticos, entretanto, estão entre os produtos que apresentar­am queda nas vendas
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil