Construção civil precisa olhar para inovação e mudanças do mercado
Uma montanha russa de momentos. A construção civil é um setor da economia brasileira que reflete muito bem o que o Brasil viveu nos últimos anos. Cenários de pujança e crescimento - passando por quedas bruscas e esfriamento - para agora, depois alguns solavancos, é verdade, a expectativa de uma retomada sólida, com base de um melhor uso da inovação, leitura de mercado, associado a um novo momento político vivido no País.
Assuntos de relevância e que foram debatidos no 13º Encontros Folha, “Construção Civil e Imobiliária - o Papel da Construção Civil na Economia do Norte do Paraná”, que foi realizado nesta quinta (14), no Auditório do Aurora Shopping, em Londrina. O evento, que já se tornou referência no Paraná - pelo nível de debates e decisões que estão sendo tomadas por diversos setores importantes para o desenvolvido do Paraná e o País -, foi promovido pelo Grupo Folha de Comunicação e reuniu centenas de representantes do setor, incluindo construtoras, entidades ligadas à construção civil, setor imobiliário e engenharia, além de especialistas da área e representantes do governo.
A palestra principal ficou sob a responsabilidade do engenheiro civil e coordenador acadêmico da FGV (Fundação Getúlio Vargas) no Rio de Janeiro, Pedro de Seixas Corrêa. Ele abriu os trabalhos apontando algumas características e desafios do mercado imobiliário brasileiro, como a legislação e bases jurídicas do setor ainda em evolução, alto risco para investidores devido ao longo ciclo do negócio, carência de dados quantitativos e detalhados confiáveis e crédito caro e limitado.
O especialista abordou a importância da inovação no setor. Ele citou as tendências e tecnologia mais relevantes. Mais do que tecnologia de sistemas construtivos, precisamos falar de produto e novos modelos de negócio. “É preciso uma leitura melhor da demanda, uma inteligência de mercado, para evitar desequilíbrio de oferta e demanda.”
Ele também fez um panorama da forma com que população olha hoje para a relação de propriedade. Ele ressaltou, por exemplo, que hoje preferem o uso do Uber do que um carro próprio. Algo nesse sentido deve, sim, atingir o setor imobiliário, como é o caso de pessoas que ‘moram no AirBnB’. São os novos hábitos da chamada geração Y, os Milleniaus.
O superintendente do Grupo Folha, José Nicolás Mejía, salientou que o EncontrosFolha deixou de ser um projeto e hoje faz parte do calendário de desenvolvimento do Norte do Paraná. “O EncontrosFolha ajuda a consolidar o desenvolvimento da região com a evolução dos assuntos que colocamos em pauta, se tornando um marco de referência para a participação de lideranças públicas e privadas. Com isso, fazemos com que a sociedade participe mais ativamente. Fizemos isso com temas distintos e relevantes ao longo dos últimos cinco anos. O que debatemos segue na agenda das entidades”. Mejía citou a importância da construção civil para a cidade. “É um setor que movimentou R$ 2,5 bilhões, 13% do PIB do município. Desde o final do ano passado, vivemos um reaquecimento e a expectativa é que em 2020 se atingirá pujança completa. Espera- mos que a Reforma da Previdência aconteça e organize as contas do Estado, auxiliando o setor e nossa economia como um todo.”
DEBATE
As novidades e panoramas apresentados por Corrêa acabaram sendo repercutidos pelos painelistas do 13° Encontros Folha, o prefeito Marcelo Belinati, o diretor do grupo Plaenge, Alexandre Fabian, o diretor da Quadra Construtora, Luis Carlos Moro Pires, e o gerente de expansão do Grupo A. Yoshii, Leonardo Schibelsky. O debate foi mediado pelo jornalista do Grupo FOLHA, Diego Prazeres.
Na repercussão do EncontrosFolha, o vice-presidente do Sistema Secovi (Sindicato da Habitação e Condomínios) Regional Norte, Marcos Moura, e o diretor da entidade, Rosalmir Moreira, valorizaram a união das entidades ligadas ao setor na cidade - inclusive no sentido de lutar contra a desburocratização e análise do Plano Diretor - para atingir os objetivos de todos os players da setor. “A perspectiva agora é que consigamos mudar algumas cabeças pensantes e agilizar a aprovação de projetos na cidade. Com a reforma política e econômica que estamos vivendo isso traz uma perspectiva muito interessante para a cadeia. Temos uma demanda grande de habitações e precisamos dessa agilidade por parte do poder público.”, salientaram.
O evento teve como patrocinadores as construtoras Plaenge, A. Yoshii e Quadra, além do apoio de Isae/FGV e Sebrae.
13a edição do Encontros Folha debateu o momento do setor e a importância dele para o Norte do Paraná