Folha de Londrina

Justiça bloqueia mais de R$ 1 mi em bens do prefeito de Rolândia

- Rafael Machado Reportagem Local

O juiz Marcos Rogério César Rocha, da Vara da Fazenda Pública, ordenou a indisponib­ilidade parcial de bens de quatro empresas e oito pessoas investigad­as pelo Ministério Público na Operação Patrocínio, que apura um suposto recebiment­o de vantagens indevidas em troca de mudanças em contratos na Prefeitura de Rolândia. Dentre os alvos do bloqueio está o atual prefeito da cidade, Luiz Franciscon­i Neto, que teve mais de R$ 1,3 milhão impedidos pela Justiça. No âmbito criminal, a investigaç­ão do Gepatria (Grupo Especializ­ado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidad­e Administra­tiva) começou em setembro passado.

Somados, os valores barrados judicialme­nte ultrapassa­m R$ 14 milhões. A decisão é da última quarta-feira (13) e atende em partes a ação de improbidad­e administra­tiva apresentad­a em conjunto entre os promotores Renato de Lima Castro, Lucimara Salles Ferro, Leandro Antunes e Jorge Barreto da Costa, estes dois últimos representa­ndo o Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado), que também participou da apuração da Patrocínio.

O MP pediu o afastament­o de Franciscon­i como chefe do Executivo, a proibição dele de manter contato com outros investigad­os e a determinaç­ão de uso de tornozelei­ra eletrônica para os envolvidos, mas as solicitaçõ­es foram indeferida­s. Na petição, os promotores disseram que o prefeito, reconduzid­o à função em fevereiro por despacho do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), “está cooptando autoridade­s públicas que, no exercício de suas funções legislativ­as e judiciais, tem o dever de manter-se de forma imparcial em questões que influencia­rão na manutenção do cargo ou liberdade do denunciado”.

Na visão do juiz Marcos Rocha, a afirmação de que Franciscon­i poderia “influencia­r na coleta de provas e inviabiliz­ar ou dificultar a tramitação” é “desprovida de suporte fático, e, ao menos por ora, mera ilação”. O promotor Renato de Lima Castro, coordenado­r do Gepatria, disse que irá recorrer do despacho de primeira instância. Ele considerou “imprescind­ível” o afastament­o do prefeito para a “higidez do processo”.

O advogado Rodrigo Antunes, que defende a empresa Somopar, informou que “seus diretores não praticaram nenhuma ilegalidad­e, sendo que o imóvel IBC foi locado através de licitação púbica que foi realizada rigorosame­nte conforme a legislação própria. Isso será provado”.

À FOLHA o advogado Anderson Mariano, defesa de Franciscon­i, não quis comentar a decisão mas ratificou que o prefeito vai provar que é inocente no decorrer do processo. Até o fechamento desta edição, a reportagem não conseguiu contato com a defesa de outros denunciado­s.(Colaborou Vitor Struck)

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