Folha de Londrina

PMs da reserva vão fazer segurança de escolas

- Pedro Moraes Reportagem Local

O massacre na escola estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), na quarta-feira (13), fez com que o governo do Estado do Paraná modificass­e o planejamen­to de suas ações na área de segurança. Nesta sexta-feira (15), dois dias depois que dois ex-alunos deflagrara­m um ataque que vitimou dez pessoas incluindo os autores do ataque, o governador Ratinho Junior lançou o programa Escola Segura, que inclui uma série de ações e medidas preventiva­s de segurança para alunos, pais, professore­s e a comunidade no entorno dos colégios. A ação básica do trabalho consiste em utilizar policiais militares da reserva para atuar diretament­e na segurança das escolas da rede estadual. “O Pa- raná dá uma resposta firme e imediata”, afirmou Ratinho, que destacou a importânci­a de um bom ambiente escolar. “Os jovens estão ali para aprender, se tornarem bons cidadãos. E os professore­s também precisam estar seguros. Não é só um pacote de segurança, mas também pedagógico e de assistênci­a às famílias”, explicou.

No cronograma do governo determina que o Escola Segura seja implantado como um projeto-piloto em cem escolas - na Região Metropolit­ana de Curitiba, em Londrina e em Foz do Iguaçu (Oeste), devido à complexida­de de segurança imposta pela tríplice fronteira. Esta primeira etapa está prevista para ser realizada ao longo de 150 dias a partir de abril e deverá envolver 200 policias militares voluntário­s, que já não estão na ativa. O trabalho será coordenado pelo BPEC (Batalhão de Patrulha Escolar Comunitári­a), que planeja policiais militares atuando em dois turnos: das 7h às 15h e das 15h às 23h. Serão dois policiais militares por escola. A previsão do governo é de um investimen­to aproximado de R$ 5 milhões com o pagamento de diárias aos soldados, além da aquisição de armas, coletes e demais equipament­os de segurança para os policiais. “Eles serão vigias da escola e esta- rão prontos para identifica­r atitudes e comportame­nto que as crianças tenham algum desajuste. Vão ajudar a combater o bullying e auxiliar no monitorame­nto do ambiente escolar. Além disso terão diálogo com as áreas de inteligênc­ia da cidade para ajudar a controlar o tráfico de drogas próximos às escolas”, detalhou o secretário de segurança pública e administra­ção penitenciá­ria Luiz Felipe Carbonell.

Antes de voltar a atuar nas escolas, os policiais passaram por um novo processo de requalific­ação, no qual irão rever parte do treinament­o da formação militar. A decisão de contar com um policial na unidade, no entanto, será da direção da escola, em conjunto com a comunidade escolar. A secretaria da Educação fará a seleção das escolas que aderirem ao projeto. Entre os critérios técnicos de escolha estão localizaçã­o, índice de criminalid­ade, número de estudantes matriculad­os e funcioname­nto em três turnos. O projeto Escola Segura ainda envolverá diálogo com a Defesa Civil, com treinament­o e prevenção de situações de crise e calamidade. O programa se complement­a com ações de relacionam­ento da segurança na região primária, no entorno das escolas, e na integração das forças policiais com as equipes pedagógica­s e famílias dos alunos. O projeto prevê a integração entre o corpo pedagógico das escolas e os policiais. A pasta também prepara material impresso para orientação e prevenção.”A gente tem a PM trabalhand­o junto com os professore­s, diretores, pedagogos, agentes escolares. Para eles trabalhare­m bem, de forma inteligent­e, haverá uma divisão do trabalho de cada um. As atividades serão de prevenção e mediação de conflitos”, concluiu o secretário de Educação, Renato Feder.

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Rodrigo Felix Leal/ANPr “Não é só um pacote de segurança, mas também pedagógico e de assistênci­a às famílias”, explicou o governador Ratinho Junior

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