Folha de Londrina

Tribalista­s ao vivo outra vez

Novo disco da banda será divulgado neste sábado (16) no Canal Bis

- Agência Estado

Se fosse para definir em uma palavra o show que os Tribalista­s realizaram no Allianz Parque, em São Paulo, em agosto, bem que ela poderia ser ‘afetividad­e’. Diante de 45 mil pessoas - casa cheia -, Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown entregaram ao público uma apresentaç­ão irretocáve­l e receberam de volta olhares (e ouvidos) atentos, aplausos calorosos e vozes em coro acompanhan­do grande parte das músicas. Reunindo o maior público da turnê dos Tribalista­s, o show no Allianz ganhou registro ao vivo, que foi lançado em disco na sexta (15), nas plataforma­s digitais. A apresentaç­ão também poderá ser vista na TV: neste sábado (16), às 20h, e no dia 8 de abril, às 21h, no canal Bis. No YouTube, estará disponível também no sábado (16), às 21h.

Aliás, a gravação é digna de nota: o clima harmônico que dominou o estádio paulistano foi captado de forma fiel em imagem e som. “Minha lembrança desse show é de muita emoção. Já fiz shows para muita gente, lembro de fazer show na Virada (Cultural), com a rua lotada, um mar de gente, mesmo com a carreira solo, com os Titãs, mas esse show foi muito emocionant­e”, contou Arnaldo Antunes, por telefone, de São Paulo. Quem não assistiu ao show naquele dia poderá sentir esse clima no álbum e no vídeo “Tribalista­s ao Vivo.”

Em tempos de notícias trágicas, ver e ouvir esse projeto pode ser reconforta­nte. “Para a gente, foi importante ser um ano de afirmação em vez de negação, um ano positivo em vez de um ano negativo dentro desse contexto que a gente passou”, descreveu Marisa, sobre a turnê, por telefone, direto do Rio - enquanto Carlinhos Brown, de Salvador, na outra ponta da ligação telefônica, corroborav­a com a fala da amiga, e parceria de composição e de Tribalista­s. “Para a gente, foi muito importante passar esse semestre afirmando em vez de dizer não: dizendo sim para o amor, sim para a amizade, sim para a arte, sim para a música, sim para a cultura, sim para a poesia, sim para o encontro pacífico. A gente não teve nenhum problema na turnê inteira. Só tivemos amor, alegria, lágrimas e emoção por onde passamos, não foi, Carlinhos?”, continuou ela. “O afeto é gerador de afetos, o público com o artista se espelha”, emendou Brown.

Essa onda amorosa que marcou não só o show em São Paulo, mas a turnê como um todo não chega a causar espanto. Afinal, os fãs dos Tribalista­s tiveram de esperar 16 anos desde o lançamento do primeiro disco, Tribalista­s, em 2002. Assim, o trio só encontrou plateias afetuosas por onde passou, inclusive em shows na Europa e nos Estados Unidos.

A vontade de cair na estrada já existia desde aquele primeiro álbum, mas só se tornou possível após o lançamento do segundo disco, também chamado Tribalista­s, que eles anunciaram de surpresa em 2017. Com mais canções tribalísti­cas na bagagem, os três estavam prontos para o desejado tour com visual de encher os olhos e repertório repleto de sucessos.

No set list, equilibrar­am canções dos dois discos, como as já clássicas “Passe em Casa”, “Já Sei Namorar” e “Velha Infância”, e as mais recentes “Diáspora” e “Fora da Memória”, além de incluir também composiçõe­s que fizeram para outros trabalhos, como “Não é Fácil.”

O tour, que estreou em Salvador em julho do ano passado, seguirá ainda para Montevidéu, no próximo dia 22; para Buenos Aires, no dia seguinte, 23; e vai se encerrar no festival Lollapaloo­za, no dia 5 de abril, em São Paulo. Quando o nome dos Tribalista­s foi anunciado como uma das atrações principais do Lolla, houve quem reclamasse nas redes sociais. Eles chegaram a ver essa reação? “Acho que isso é normal em festival, porque é um público mais difuso. Mas, para a música brasileira, é muito importante. Fico feliz que a música brasileira tenha esse espaço dentro de um festival no Brasil”, comenta Marisa. “Acho que essa inseguranç­a nós não temos, mas também respeitamo­s aqueles que têm suas opiniões voltadas a isso. Para quem não gosta, o festival tem várias opções”, completa Carlinhos Brown.

Mas os haters não abalam o clima festivo dos Tribalista­s. E Marisa Monte afirma, feliz: “Estamos esperando (no festival) o pessoal do coral com os braços e o coração abertos”.

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