Folha de Londrina

Ciclo da seda: tecendo um produto de qualidade

A produção de bichos-da-seda em uma propriedad­e de Arapongas é o assunto do Multi Agro que estreia neste domingo (17)

- Reportagem Local

Descoberta por volta do ano de 4.500 A.C. pelos chineses, a produção da seda foi mantida em segredo por séculos, até ser difundida e dominada por países do mundo todo, inclusive pelo Brasil. Aqui, o processo da sericicult­ura começou por volta do século 19 e hoje é reconhecid­o pela qualidade do produto. Atualmente a seda Brasileira é considerad­a a melhor do mundo. Assim, o processo de produção do bichoda-seda é o assunto do programa Multi Agro que estreia neste domingo (17).

A produtora rural Sônia Biazon Kawka , de Arapongas, tem na sericicult­ura sua principal fonte de renda. Além disso, sua família também cultiva milho e soja. De acordo com ela, a produção tem cinco fases, determinad­as pelo desenvolvi­mento do bicho-da-seda: ovo, lagarta, casulo, pulpa ou crisálida e adulta. São considerad­as suas cinco idades e duram cerca de cinco dias cada.

A primeira fase é o ovo, que mede cerca de 1 a 1,3 milímetros. Após a eclosão, que dura de sete a 21 dias, a lagarta sai do ovo com 1 a 3 milímetros e já começa a se alimentar. “Ainda na segunda idade, as lagartas vêm da chocadeira da empresa Bratac”, informa. Depois, trocam a pele e são tratadas por 72 horas. “Após isso, elas dormem entre 24 e 36 horas, dependendo da temperatur­a do ambiente.”

A temperatur­a é um fator fundamenta­l. Quando grandes oscilações acontecem, algumas ações devem serem tomadas. Quando ela está muito elevada, por exemplo, deve-se aplicar cal sobre a lagarta e aumentar a ventilação. Já quando existe alta temperatur­a combinada com baixa umidade, é recomendad­o sempre molhar o piso durante o dia.

Quando as lagartas atingem a quinta idade inicia-se a fase de engorda, para que consigam subir na estrutura onde os casulos são feitos. Nesse estágio de vida, os animais se alimentam de folhas de amoreiras, que são cultivadas em aproximada­mente um alqueire da propriedad­e da produtora.

Segundo ela, são cultivadas três espécies da árvore: miura, tailandesa e taiti. Isso não acontece em vão, já que cada uma dessas variedades é consumida pelos bichos em diferentes estágios da vida. A amora miura tem as folhas repicadas e são dadas quando elas são muito jovens. A amora taiti é o tipo de alimento que vem em seguida, para fazer com que o teor da seda seja bom. Já na quinta idade, quando os bichos vão iniciar o casulo, a variedade consumida volta a ser a miura.

“Todo o processo, até o casulo final, leva 28 dias”, diz ela ao Multi Agro. Depois de prontos, os casulos são entregues à Bratac que cuida da classifica­ção do produto. A seda produzida no Paraná é exportada para diversos países. O Multi Agro vai ao ar neste domingo às 8h na MultiTV (canal 20 e 520 da NET), com transmissã­o em tempo real pelo Portal Bonde.

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