Folha de Londrina

O difícil retorno à escola Raul Brasil

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Aescola Raul Brasil, alvo do ataque de dois jovens na última quarta-feira, tenta retomar as atividades em meio as lembranças do massacre que matou dez pessoas em Suzano, na Grande São Paulo. Por enquanto, alunos, pais e funcionári­os começam a ser acolhidos por uma equipe multidisci­plinar, que inclui psicólogos e pedagogos, além de muitos voluntário­s que chegam ao colégio movidos pela intenção de confortar quem tenta superar o trauma. Como o tempo é um grande aliado, as aulas ainda não foram retomadas e o prédio passa por uma revitaliza­ção. Quem vai à escola participa de rodas de conversas e atividades esportivas e artísticas.

Especialis­tas vêm alertando para as consequênc­ias psicológic­as do ataque à escola Raul Brasil, como o estresse pós-traumático. Entre os sintomas imediatos estão ansiedade, fobia e desesperan­ça. Os efeitos da tragédia não param por aí e muitos pais, estudantes e funcionári­os da rede pública de ensino estão preocupado­s com a segurança nas escolas. Tanto que a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo divulgou que está revisando os procedimen­tos de segurança das 5,3 mil escolas da rede e algumas poderão receber reforço policial.

O tema “polícia e escola” é polêmico e merece ser olhado com atenção. É preocupant­e como a violência vem se tornando cada vez mais presente no universo escolar, um espaço que deveria ser marcado pela construção da paz e da cidadania. Nesse sentido, preocupa a notícia de que um adolescent­e foi apreendido no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (18), porque estaria planejando um ataque contra a sua antiga escola. À polícia, ele teria dito que era vítima de bullying e que pretendia se vingar de um colega de classe. Assim como preocupa a descrição do suposto comparsa dos assassinos de Suzano. Segundo o delegado que cuida do caso, o suspeito de ser o terceiro envolvido no massacre é um adolescent­e de 17 anos “frio”. O rapaz também foi apreendido e ficará internado provisoria­mente por 45 dias, até que a Justiça se pronuncie.

Agir de maneira preventiva é a melhor estratégia. Vale para professore­s, pais e segurança pública ficarem atentos a situações de risco. É complexo, mas países como os Estados Unidos vêm debatendo não apenas o aumento de equipament­os de segurança nos colégios, como também formas de reconhecer sinais e ameaças.

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