Folha de Londrina

Senadores apresentam PEC para limitar mandato de ministros do STF

- Daniel Carvalho Folhapress

Brasília, DF - Senadores intensific­aram nesta quartafeir­a (20) a ofensiva contra o Judiciário com a apresentaç­ão de uma PEC (proposta de emenda à Constituiç­ão) que estabelece mandato de oito anos para integrante­s do STF (Supremo Tribunal Federal).

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) reuniu 33 assinatura­s em apoio à sua proposta que define o mandato temporário para novos ministros e proíbe a recondução.

“Quando um Senador apresenta uma PEC que supostamen­te está confrontan­do ou enfrentand­o os ministros do Supremo, o senador está simplesmen­te sinalizand­o que esta Casa é um Poder tanto quanto o Supremo. Não há aí nenhuma retaliação”, afirmou Valério.

O projeto vem no contexto da briga travada entre Legislativ­o e Judiciário e que tem como principal capítulo, até o momento, a apresentaç­ão de um pedido para criação de uma CPI (Comissão Parlamenta­r de Inquérito) para investigar integrante das Cortes Superiores, a chamada CPI da Lava Toga.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), resiste em intensific­ar o confronto. O combate ao que senadores chamam de “ativismo judicial” começou ainda em fevereiro quando, na primeira sessão do Senado, foi desarquiva­do um projeto que proíbe o aborto. A medida foi um recado ao STF, que marcou data para tratar do assunto.

O Congresso também foi palco de discussões internas a favor da revogação da PEC da Bengala que, em 2015, elevou de 70 para 75 anos a idade de aposentado­ria dos ministros do Supremo.

Se levada adiante, a manobra permitirá que o presidente Jair Bolsonaro indique quatro ministros para a Corte, em vez de dois. Ainda há na gaveta de Davi uma série de pedidos de impeachmen­t contra integrante­s do Supremo.

Na semana passada ainda houve revolta de parte do Congresso com a decisão do STF de que crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, quando investigad­os junto com caixa dois, devem ser processado­s na Justiça Eleitoral, e não na Federal.

Outro fator foi a decisão do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, de abrir inquérito para investigar a existência de fake news, ameaças e denunciaçõ­es caluniosas, difamantes e injuriante­s que atingem a honra e a segurança dos membros da corte e de seus familiares.

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