Enem vai identificar questões ‘ofensivas a tradições’
São Paulo - Nota técnica que explica a criação de uma comissão de três pessoas para analisar as questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) diz que o objetivo é “identificar abordagens controversas com teor ofensivo a segmentos e grupos sociais, símbolos, tradições e costumes nacionais”.
A nota é assinada pelo responsável pela Diretoria de Avaliação da Educação Básica do Inep (Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais) do MEC (Ministério da Educação), Paulo Cesar Teixeira. Esse é o único parágrafo que menciona critérios que serão usados pela comissão
Em outro momento do texto, é explicado que “avaliadores externos” devem atuar para que “a análise não perpasse aspectos formais e pedagógicos, mas temáticas que não se coadunam com os objetivos do exame”. O trabalho da comissão é chamado pela nota de “leitura transversal”.
O grupo inclui um ex-aluno do ministro Ricardo Vélez Rodríguez e terá acesso ao ambiente de segurança máxima onde ficam as perguntas da prova para “verificar sua pertinência com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do exame”, segundo o ministério.
A comissão tem dez dias para dar um parecer e dizer quais questões ficam e quais serão retiradas do maior exame do País. O MEC nega que se trate de censura.