Folha de Londrina

Para Bolsonaro, reforma anterior foi mais profunda

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Brasília - Ao entregar ao Congresso a proposta de reestrutur­ação do sistema de proteção social das Forças Armadas, o presidente Jair Bolsonaro alegou que a categoria já passou por uma reforma previdenci­ária mais dura do que a que tramita atualmente no Parlamento para os trabalhado­res civis.

Ele citou uma Medida Provisória enviada ao Congresso ainda em 2000 que alterou o regime das Forças Armadas. “Se os senhores buscarem essa MP lá atrás, olharem o que foi retirado dos militares, e somarem com o que chegou aqui agora, podem ter certeza que foi uma reforma muito mais profunda que a que propomos agora para o regime geral”, afirmou, em fala no gabinete da presidênci­a da Câmara dos Deputados. “Um apelo que faço aos senhores ao analisarem essa proposta, que levem em consideraç­ão aquela lá de atrás também”, completou.

A cerimônia de entrega do texto foi transmitid­a pela deputada Carla Zambeli (PSL-SP) em suas redes sociais. Bolsonaro brincou ao dizer ser “suspeito” ao defender o texto, por ser capitão da reserva do Exército. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, lembrou que o presidente também é “comandante em chefe das Forças Armadas”.

O presidente comentou que as Forças Armadas contribuem sempre que o País necessita e pontuou que os militares não estão pedindo os direitos trabalhist­as do artigo 7º da Constituiç­ão. Ele lembrou que a proposta entregue nesta quarta-feira (20) poderá ser alterada pelo Congresso, assim como a proposta de emenda constituci­onal da reforma da Previdênci­a.

Bolsonaro admitiu ainda que, durante a sua atuação como parlamenta­r, votou diversas vezes contra a reforma previdenci­ária e disse que “se penintenci­a” por isso. Ele pediu ainda que a proposta dos militares seja tratada com seriedade pelo Congresso e que chegue a um ponto final no máximo no meio do ano.

“Não é meu governo que está em jogo, nem o meu partido e os meus ministros, estamos todos juntos nessa jornada. Se a questão da Previdênci­a não der certo, ficaremos em situação bastante complicada na economia. Não posso atender todos parlamenta­res que me procuram, mas peço compromiss­o com o Brasil”, acrescento­u

O presidente ainda aproveitou para relatar sua viagem aos Estados Unidos, destacando que o país é o segundo maior parceiro comercial do Brasil. “O povo americano estendeu a mão ao Brasil. O mundo está de olho no Brasil, por isso peço seriedade e responsabi­lidade aos senhores”, concluiu.

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