Rotatórias para organizar o trânsito em Londrina
Criadas com o objetivo de dar maior fluidez, algumas já não atendem a demanda e foi necessário instalar semáforos
As rotatórias, também conhecidas como redondo, rótula, giradouro ou balão, são dispositivos importantes para a organização do trânsito em uma cidade. Elas constituem um recurso de engenharia cujo objetivo é evitar o encontro de fluxos que se cruzariam e, em tese, dispensariam a instalação de semáforos, dando maior fluidez ao trânsito. No entanto, algumas delas já não atendem a demanda e o tráfego nesses locais fica complicado em determinados horários do dia. Isso faz com que a instalação de semáforos seja necessária para disciplinar o trânsito até que seja encontrada uma outra solução.
São exemplos os cruzamentos das avenidas Juscelino Kubitschek e Higienópolis e Rio Branco e Leste-Oeste. Esses pontos já deveriam ter uma transposição, seja na forma de viadutos ou trincheiras, para poder dar vazão ao fluxo de veículos. O Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) chegou a realizar um estudo de implantação de um viaduto na Higienópolis com a JK em 1999, mas o projeto nunca saiu do papel.
Segundo a diretora de Trânsito e Sistema Viário do Ippul, Denise Ziober, a importância da rotatória é transpor cruzamentos sem necessitar da parada dos veículos. “A rotatória faz esse entrelaçamento de vias, mas a partir de certo porte é preciso inserir outro dispositivo. O plano de mobilidade urbana deve rever vários desses dispositivos, cujo fluxo superou a capacidade deles. A rotatória da avenida Juscelino Kubitschek com a Higienópolis é um exemplo. Aquele cruzamento tem muitas saídas e muitas entradas em um raio muito pequeno. Para contornar a situação colocaram semáforos, mas o objetivo da rotatória, que era de dar maior fluidez ao trânsito, ficou inócuo. Outros cruzamentos como a da avenida Rio Branco com a Leste Oeste também passam por isso”, destacou.
Segundo ela, a rotatória é uma forma de reduzir a velocidade, já que todos circulam no mesmo sentido. “Ela permite que o motorista observe quem está vindo e, mesmo sem parar, possa reduzir a velocidade para quem quer entrar na rotatória. Em Londrina todos param na rotatória e isso para mim é estranho, pois venho de São Paulo e lá o comportamento é diferente.”
PROBLEMÁTICAS
O cruzamento das avenidas Maringá e Castelo Branco passou por readequação para permitir que os usuários da faixa da direita pudessem entrar direto na rotatória de maneira mais fácil, sem a necessidade de parar, mas a modificação foi ineficiente. Quando alguém tenta fazer isso é repreendido com um buzinaço. O frentista Gelson Batista, afirma ser grande o número de colisões no local e atribuiu a problemas de sinalização. A contadora Caroline de Deus Ribeiro dos Santos destacou que a readequação da rotatória realizada pouco tempo atrás não foi suficiente para melhorar o fluxo na região. “Para atravessar ali você tem que esperar alguns minutos. Além disso, dá medo de um carro parar e outro não”, afirmou. “Deveriam sinalizar melhor. Eu acho que muitos motoristas não sabem que não precisam parar para entrar na rotatória”, destacou o empresário Marco Aurélio da Silveira.
Outra rotatória problemática é a que fica na avenida Winston Churchill, em frente ao Terminal Ouro Verde, na zona norte. O motorista de caminhão aposentado, Nelson Antônio das Neves afirmou que o fluxo de carros e de ônibus é muito grande e há, problemas, inclusive, para os coletivos saírem do terminal. “Aqui tem briga o tempo todo. Fica todo mundo buzinando.” “Os carros não dão passagem. Essa rotatória está terrível. Deveriam instalar um semáforo aqui. No horário de pico aqui fica um buzinaço terrível”, destacou o cobrador Anísio Beltrame.
“O que espanta é o volume de pedidos para colocação de sinalização, semáforos, lombadas, faixas elevadas e rotatórias aqui em Londrina. Como se o problema fosse a falta de sinalização e não é. É a imprudência e a falta de cumprimento das regras que determina isso. A gente se assusta com volume de acidentes, que ocorrem não em um ponto específico, mas em qualquer lugar da cidade”, declarou Ziober.