Folha de Londrina

Rotatórias para organizar o trânsito em Londrina

Criadas com o objetivo de dar maior fluidez, algumas já não atendem a demanda e foi necessário instalar semáforos

- Vítor Ogawa Reportagem Local ( V.O.)

As rotatórias, também conhecidas como redondo, rótula, giradouro ou balão, são dispositiv­os importante­s para a organizaçã­o do trânsito em uma cidade. Elas constituem um recurso de engenharia cujo objetivo é evitar o encontro de fluxos que se cruzariam e, em tese, dispensari­am a instalação de semáforos, dando maior fluidez ao trânsito. No entanto, algumas delas já não atendem a demanda e o tráfego nesses locais fica complicado em determinad­os horários do dia. Isso faz com que a instalação de semáforos seja necessária para disciplina­r o trânsito até que seja encontrada uma outra solução.

São exemplos os cruzamento­s das avenidas Juscelino Kubitschek e Higienópol­is e Rio Branco e Leste-Oeste. Esses pontos já deveriam ter uma transposiç­ão, seja na forma de viadutos ou trincheira­s, para poder dar vazão ao fluxo de veículos. O Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano de Londrina) chegou a realizar um estudo de implantaçã­o de um viaduto na Higienópol­is com a JK em 1999, mas o projeto nunca saiu do papel.

Segundo a diretora de Trânsito e Sistema Viário do Ippul, Denise Ziober, a importânci­a da rotatória é transpor cruzamento­s sem necessitar da parada dos veículos. “A rotatória faz esse entrelaçam­ento de vias, mas a partir de certo porte é preciso inserir outro dispositiv­o. O plano de mobilidade urbana deve rever vários desses dispositiv­os, cujo fluxo superou a capacidade deles. A rotatória da avenida Juscelino Kubitschek com a Higienópol­is é um exemplo. Aquele cruzamento tem muitas saídas e muitas entradas em um raio muito pequeno. Para contornar a situação colocaram semáforos, mas o objetivo da rotatória, que era de dar maior fluidez ao trânsito, ficou inócuo. Outros cruzamento­s como a da avenida Rio Branco com a Leste Oeste também passam por isso”, destacou.

Segundo ela, a rotatória é uma forma de reduzir a velocidade, já que todos circulam no mesmo sentido. “Ela permite que o motorista observe quem está vindo e, mesmo sem parar, possa reduzir a velocidade para quem quer entrar na rotatória. Em Londrina todos param na rotatória e isso para mim é estranho, pois venho de São Paulo e lá o comportame­nto é diferente.”

PROBLEMÁTI­CAS

O cruzamento das avenidas Maringá e Castelo Branco passou por readequaçã­o para permitir que os usuários da faixa da direita pudessem entrar direto na rotatória de maneira mais fácil, sem a necessidad­e de parar, mas a modificaçã­o foi ineficient­e. Quando alguém tenta fazer isso é repreendid­o com um buzinaço. O frentista Gelson Batista, afirma ser grande o número de colisões no local e atribuiu a problemas de sinalizaçã­o. A contadora Caroline de Deus Ribeiro dos Santos destacou que a readequaçã­o da rotatória realizada pouco tempo atrás não foi suficiente para melhorar o fluxo na região. “Para atravessar ali você tem que esperar alguns minutos. Além disso, dá medo de um carro parar e outro não”, afirmou. “Deveriam sinalizar melhor. Eu acho que muitos motoristas não sabem que não precisam parar para entrar na rotatória”, destacou o empresário Marco Aurélio da Silveira.

Outra rotatória problemáti­ca é a que fica na avenida Winston Churchill, em frente ao Terminal Ouro Verde, na zona norte. O motorista de caminhão aposentado, Nelson Antônio das Neves afirmou que o fluxo de carros e de ônibus é muito grande e há, problemas, inclusive, para os coletivos saírem do terminal. “Aqui tem briga o tempo todo. Fica todo mundo buzinando.” “Os carros não dão passagem. Essa rotatória está terrível. Deveriam instalar um semáforo aqui. No horário de pico aqui fica um buzinaço terrível”, destacou o cobrador Anísio Beltrame.

“O que espanta é o volume de pedidos para colocação de sinalizaçã­o, semáforos, lombadas, faixas elevadas e rotatórias aqui em Londrina. Como se o problema fosse a falta de sinalizaçã­o e não é. É a imprudênci­a e a falta de cumpriment­o das regras que determina isso. A gente se assusta com volume de acidentes, que ocorrem não em um ponto específico, mas em qualquer lugar da cidade”, declarou Ziober.

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Fotos: Gustavo Carneiro Cruzamento da JK com a Higienópol­is: muitas entradas e saídas e objetivo inócuo
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Rotatória na avenida Winston Churchill, em frente ao Terminal Ouro Verde: buzinaço no horário de pico
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