ENFIM, O FILO
Festival Internacional de Londrina abre a 50ª edição com espetáculo da Cia do Tijolo inspirado na vida e obra de pensadores utópicos
Após hiato de um ano, o Filo (Festival Internacional de Londrina) volta à agenda cultural da cidade. Espetáculo “A cabeça gosta de pensar, mas os passos tecem a existência”, da Cia do Tijolo, inspirado na vida e obra de pensadores utópicos, abre a programação do festival com duas apresentações: hoje e amanhã, às 20h30, no Teatro Ouro Verde.
Após o hiato de um ano, o Filo (Festival Internacional de Londrina) está de volta à agenda cultural da cidade. O retorno do evento que há meio século colocou Londrina em um lugar de destaque no mapa nacional das artes cênicas será marcado com uma grande festa de abertura que celebrará a edição histórica batizada de “50+1”. Os anfitriões responsáveis por dar início às comemorações do jubileu de ouro de uma dos mais antigos festivais de teatro da América Latina serão os integrantes da Cia do Tijolo, que brindarão o público com música e poesia.
O premiado grupo paulistano sobe ao palco do Teatro Ouro Verde para apresentar nesta quinta (15) e sexta-feira (16), às 20h30, “A cabeça gosta de pensar, mas os passos tecem a existência”. Criado especialmente para a edição que comemora meio século de festival, o espetáculo reúne trechos de montagens com as quais a trupe homenageou personalidades que contagiaram o mundo das artes e das ideias com pensamentos utópicos.
“Usamos a utopia para promover um encontro afetivo e a partir daí abrimos espaço para a reflexão sobre questões do nosso tempo. Esse contato é promovido através da música e da poesia, elementos que em nossos espetáculos estão sempre no mesmo patamar”, destaca Dinho Lima Flor, ator, diretor e um dos fundadores da Cia do Tijolo. Ele explica que “A cabeça gosta de pensar, mas os passos tecem a existência” faz uma revisitação dos melhores momentos de outras montagens do grupo. “Reunimos trechos de Concerto de Ispinho e Fulô, inspirado na obra do poeta Patativa do Assaré. Cantata para um Bastidor de Utopias, sobre a obra do poeta Federico Garcia Lorca. Ledores do Breu, criado a partir dos pensamentos e práticas do educador Paulo Freire. E tem ainda o Avesso do Claustro, com o qual homenageamos Dom Helder Câmara, um grande defensor de causas sociais do país”, detalha.
O diretor salienta que no espetáculo que define como lítero-musical há espaço para composições autorais e clássicos do cancioneiro nacional. “Todos o integrantes da companhia são cantores. Nesta montagem cantamos clássicos de Nelson Cavaquinho, Luiz Gonzaga e Cartola, entre outros, e interpretarmos canções criadas especialmente para os nossos espetáculos por Jona
than Silva, que além de ator do grupo tem se mostrado um dos compositores mais antenados de sua geração. O repertorio musical é costurado a um texto poético muito poderoso que leva o público a refletir sobre o momento sombrio que o Brasil atravessa, mas sem abrir espaço para o pessimismo. Nosso objetivo é despertar a esperança e mostrar que o povo brasileiro é muito mais forte que as lideranças políticas que comandam o Planalto com o objetivo claro de destruir os pilares civilizatórios começando pela cultura e educação”.
Dinho destaca que ao optar por combater o obscurantismo com a alegria o grupo adere ao conselho do frade e escritor dominicano Frei Betto. “Ele diz: guardemos o pessimismo para dias melhores. É hora de lutar por dias melhores e comemorar cada obstáculo vencido. Um exemplo é essa edição comemorativa do Filo que deixou de ser apresentado no ano passado por falta de recursos financeiros e agora volta à cena. É triste quando um evento desse porte deixa de ser realizado, o país fica mais pobre quando isso acontece. Mas agora é o momento de comemorar essa vitória, pois o Filo está de volta e para nós da Cia do Tijolo é uma imensa honra fazer parte dessa festa de abertura”, enfatiza.
Com 11 anos de existência, essa será a primeira vez que a trupe paulistana participa do festival. “Vários integrantes da Cia do Tijolo já participaram do Filo com outros grupos dos quais participaram, como eu que estive aqui em 2006, com o ator Cacá Carvalho apresentando o espetáculo O Homem Provisório. Todos nós sabemos da importância do Filo e da potência que Londrina tem para as artes cênicas. Por isso a expectativa sobre a nossa participação no evento é a melhor possível”, afirma o diretor que é um dos fundadores do grupo formado por membros que faziam parte de dois tradicionais grupos de teatro de São Paulo: o Teatro Ventoforte e a Cia. São Jorge de Variedades. Construindo uma linguagem bastante singular no teatro musical brasileiro, a Cia do Tijolo conquistou o Prêmio Shell 2014 na categoria Melhor Cenário e Melhor Música com o espetáculo “Cantata para um Bastidor de Utopias”, que também rendeu ao grupo o prêmio Cooperativa Paulista de Teatro 2013 de melhor projeto sonoro. A montagem do “Concerto de Ispinho e Fulô” também rendeu à companhia o Prêmio Shell 2010 na categoria Melhor Música.
A programação completa da 50ª edição do Filo conta com 36 espetáculos que serão apresentados até o dia 1º de setembro. A grade completa pode ser conferida no site filo.art.br Abertura do 50º Festival Internacional de Londrina (Filo) - “A cabeça gosta de pensar, mas os passos tecem a existência”, com Cia do Tijolo (SP)
Quando – Quinta (15) e sexta-feira (16), às 20h30
Onde – Teatro Ouro Verde (R. Maranhão, 85)
Quanto – R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Pontos de venda - Óticas Diniz, Empório Amadeus (Mercadão da Prochet - Avenida Harry Prochet, 305 - Box 95 – de terça a sexta, das 12h às 22h; sábado, das 10 às 20h; domingo, das 10h às 14h)e www.diskingressos.com.br