SUSTENTÁVEL
Universidade está prestes a inaugurar usina de energia fotovoltaica e faz estudos para uso de energia eólica e biogás
A UEL (Universidade Estadual de Londrina) deve concluir em breve a instalação de uma usina de geração de energia fotovoltaica no campus. Com a produção própria das vigas de concreto que vão sustentar as placas, a universidade vai economizar 70% do preço estimado para o serviço
AUEL (Universidade Estadual de Londrina) está prestes a inaugurar uma usina de geração de energia fotovoltaica no campus, localizado na zona oeste. Placas instaladas sobre estruturas no estacionamento da Clínica Odontológica vão captar a luz solar e transformá-la em energia elétrica para consumo da universidade. As vigas em concreto que sustentam as placas foram produzidas na UEL, o que gerou economia de 70% do preço estimado para o serviço.
A implantação da usina faz parte de um “pacote” de ações para atingir maior eficiência energética, como substituição de lâmpadas fluorescentes pelo modelo LED e ar-condicionado para versões mais modernas. Além disso, há estudos para uso de energia eólica e do biogás. O consumo de energia elétrica no campus equivale ao de 4.500 residências.
A usina fotovoltaica faz parte do Programa de Eficiência Energética da Aneel/Copel, para o qual a UEL foi selecionada em 2018 e deve receber R$ 3 milhões em investimentos para ações no campus. Está também nos planos da UEL ser autônoma na produção de energia que consome em um prazo médio de 5 anos.
O programa lançado pela Copel em edital prevê que a instituição apresente um projeto de eficiência energética, que no caso da UEL terá o uso da energia fotovoltaica e o biogás, este último obtido a partir da biomassa gerada no Restaurante Universitário
e na Fazenda Escola. Também está previsto o desenvolvimento de um projeto e implantação do biodigestor, a cargo de professores do departamento de engenharia civil, especialistas em saneamento e efluentes. O projeto prevê também que disciplinas relacionadas à eficiência energética sejam adotadas nas grades curriculares em cursos ligado à área.
NO ESTACIONAMENTO
As placas para captar energia solar serão instaladas para formar uma semicobertura no estacionamento, um modelo diferente da tradicional instalação em telhados. O chefe da divisão de controle e energia elétrica da prefeitura do campus, Marcelo Rodrigues, explica que esta foi a solução encontrada para evitar pontos de sombra e árvores que teriam que ser cortadas. “Além de procurar por área com maior incidência da luz do sol, há uma limitação nos telhados dos prédios no campus, que precisariam de uma adequação antes de receber o peso das placas. Outro ponto é que alterar as árvores causaria muito impacto”, detalha. A produção da usina fotovoltaica deve atingir 15% da energia consumida no campus.
Outra medida para atingir maior eficiência energética tomada é a substituição de 9.600 lâmpadas fluorescentes para o modelo LED, tecnologia que tem mais durabilidade, menos manutenção e menor consumo. Outras 4 mil lâmpadas devem ser trocadas em breve.
“Entre outras ações, foram trocados também aparelhos de ar condicionado para versões mais modernas que consomem menos energia, mas ainda timidamente”, reforça. Medidores de energia serão instalados em mais pontos do campus, o que vai auxiliar no cálculo mais exato do consumo nos centros de estudo. “Hoje não conseguimos saber com exatidão onde está sendo consumido mais energia e isso dificulta na hora de tomar ações mais direcionadas para buscar reduzir o consumo, encontrar soluções mais eficazes para aparelhos, por exemplo. Ter mais medidores vai ajudar na análise mais precisa”, defende Rodrigues.
Destiladores de laboratório, usados para purificar a água gastavam 50 litros de água para produzir 1 litro de água limpa. Além do gasto energético. Foram trocados 40 destiladores por outros que consomem tanto menos água como menos energia elétrica.
NÚMEROS
A universidade abriga um público de 22.917 pessoas, entre professores, funcionários e alunos de todas as modalidades de ensino, segundo informações da Proplan (Pró-reitoria de Planejamento). São sete centros de estudos e 57 departamentos. Fisicamente o campus ocupa 150 hectares.O consumo de energia elétrica é de 723Mwh
por mês. Uma residência londrinense consome em média 160 kWh em um mês. Ou seja, o que a instituição consome em um mês equivale ao de 4.500 residências. Em termos financeiros,
a fatura paga pelo campus, numa média dos últimos 12 meses, foi de R$ 370 mil.
Supervisão: Lucilia Okamura editora Cidades