Folha de Londrina

COLABORAÇíO

Ex-ministro aponta situações relativas a um período de pelo menos 12 anos na gestão Lula e Dilma (2002-2014)

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Delação do ex-ministro Antonio Palocci aponta série de ilícitos nas gestões de Lula e Dilma e propinas que chegam a R$ 333 milhões

São Paulo e Brasília - A delação do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) aponta uma sucessão de ilícitos e propinas, que chegam a R$ 333,59 milhões, supostamen­te arrecadada­s e repassadas por empresas, bancos e indústrias a políticos e partidos nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele fala em “organizaçã­o criminosa” do partido e aponta situações relativas a um período de pelo menos 12 anos (2002-2014).

São 23 relatos de Palocci, que passam por grandes obras de infraestru­tura, contratos fictícios, doações por meio de caixa 2 a campanhas eleitorais, liberação de recursos do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) e de créditos do Banco do Brasil, criação de fundos de investimen­tos, fusões e elaboração de Medidas Provisória­s para favorecer conglomera­dos.

A reportagem fez contato com os citados na delação de Palocci. Alguns informaram que não vão se manifestar. Outros rechaçaram qualquer tipo de irregulari­dade. O espaço está aberto para manifestaç­ões.

Palocci fechou acordo de delação premiada com a Polícia Federal na Operação Lava Jato. Ele foi preso em setembro de 2016, na Operação Omertà, e condenado pelo então juiz Sergio Moro a 12 anos e dois meses de reclusão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Por força do pacto com os investigad­ores, homologado judicialme­nte, Palocci saiu da prisão em novembro de 2018. Ainda preso, interrogad­o por Moro, ele delatou Lula e revelou “pacto de sangue” do PT com a Odebrecht - uma suposta reserva de R$ 300 milhões que a empreiteir­a teria assumido com o partido.

Palocci cita Grupo Odebrecht, AMBEV, Grupo Camargo Corrêa, Pão de Açúcar, Banco Safra, Casino, Instituto Lula, Grupo Pão de Açúcar, PAIC Participaç­ões, Votorantim, Aracruz, BTG Pactual, Grupo Parmalat, Itaú-Unibanco, Bradesco, Vale, Brasil Seguros, BNDES, SadiaPerdi­gão, Qualicorp, Touchdown, OAS.

Ainda, menciona os expresiden­tes Lula e Dilma, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o expresiden­te da Câmara, Eduardo Cunha, os executivos Benjamin Steinbruch e Rubens Ommetto, o ex-governador de Minas Fernando Pimentel, o deputado Carlos Zarattini, a deputada Gleisi Hoffman, o ex-deputado João Paulo Lima e Silva, o ex-governador do Acre Tião Viana, o ex-senador Lindbergh Farias, o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto.

EM DETALHES

Ao decretar a redistribu­ição das investigaç­ões sobre as revelações de Palocci, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), detalhou todos os depoimento­s do petista A delação está sob responsabi­lidade de Varas da Justiça Federal em Brasília, São Paulo e Curitiba. A ordem do ministro do STF foi dada em abril.

Fachin se baseia em documentos e manifestaç­ões que o Ministério Público Federal apresentou ao Supremo.

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Werther Santana/Estadão Conteúdo São 23 relatos de Palocci, que passam por grandes obras de infraestru­tura, contratos fictícios e doações via caixa 2

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