LUIZ GERALDO MAZZA
Apesar de alegações de que vivíamos no azul, acabamos novamente como candidatos à segunda época
Dá para lembrar as seguidas trombadas entre a Secretaria do Tesouro Nacional e o governo de Beto Richa nas infrações da Lei de Responsabilidade Fiscal com a gastança com pessoal. Pois apesar das alardeadas alegações de que vivíamos no azul, acabamos figurando novamente como candidatos à segunda época, prova afinal de que nada mudou. É que tivemos de novo a nota de rebaixamento para a classificação B e com viés de queda e com isso perde-se o direito de obter empréstimos com garantias do governo federal, este bastante alinhado ao paranaense, o que afinal será infrutífero.
O Paraná não está sozinho no purgatório da série B – com mesmo risco e classificação -, ao lado do gigante São Paulo (mas esse tem como se virar sozinho), Acre, Pará, Paraíba e Piauí. Se cair, o que é possível, para a nota C, perde o selo de bom pagador e ficar ainda na pior com a nota D, que dá as piores classificações a Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Única unidade com a nota A é o Espírito Santo. Conforme as apurações do Tesouro, 12 governos estaduais registraram despesas com pessoal superiores a 60% da Receita Corrente Líquida no ano passado e que foi de apenas oito em 2017. Nem o congelamento salarial dos barnabés resolve, como se vê.
O horror à austeridade é uma das características essenciais do populismo e vivemos sob ele em extrema exaltação.