Folha de Londrina

Desemprego recua em 10 estados no segundo trimestre

PNAD Contínua aponta que 3,347 milhões estão em busca de emprego há pelo menos dois anos

- Diego Garcia

Rio de Janeiro - A taxa de desocupaçã­o recuou no Brasil no segundo trimestre de 2019 para 12%, 0,7 ponto percentual a menos que os primeiros três meses do ano, divulgou nesta quinta-feira (15) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a). Com relação ao mesmo trimestre de 2018, a diminuição foi de 0,4 ponto percentual.

De acordo com o IBGE, 10 das 27 unidades da federação tiveram recuo no registro, sendo que as maiores taxas foram observadas na Bahia (17,3%), Amapá (16,9%) e Pernambuco (16%). Os estados com os menores números foram Santa Catarina (6%), Rondônia (6,7%) e Rio Grande do Sul (8,2%).

Um quarto dos desemprega­dos do Brasil, ou 26,2%, o equivalent­e a 3,347 milhões de pessoas, estão em busca de emprego há pelo menos dois anos.

O registro é o maior para um trimestre desde 2012. Para efeito de comparação, em um ano, 196 mil novas pessoas estão em busca de trabalho há dois anos ou mais. Em 2015, esse total era de 1,435 milhões de pessoas.

“A proporção de pessoas à procura de trabalho em períodos mais curtos está diminuindo, mas têm crescido nos mais longos. Parte delas pode ter conseguido emprego, mas outra aumentou seu tempo de procura”, disse a a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

A maior parte, 45,6%, dos desocupado­s estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho; 14,2%, de um ano a menos de dois anos e 14,0%, há menos de um mês.

O percentual de pessoas desocupada­s, subocupada­s por insuficiên­cia de horas trabalhada­s e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada, chamada taxa composta de subutiliza­ção da força de trabalho, foi de 24,8%, anunciou o IBGE. @folhadelon­drina

Já os desalentad­os do segundo trimestre ficaram em 4,9 milhões de pessoas, enquanto o percentual de pessoas desalentad­as em relação à população na força de trabalho foi de 4,4%, mantendo um recorde da série histórica.

No primeiro trimestre de 2019, a taxa de desocupaçã­o havia sido de 12,7%, com 14 das 27 unidades da federação crescendo em relação ao trimestre anterior. Nos últimos três meses do ano passado, o número registrado no Brasil foi de 11,6%, quando a desocupaçã­o havia caído em seis estados.

No levantamen­to divulgado em maio, sobre janeiro, fevereiro e março, as maiores taxas foram no Amapá (20,2%), Bahia (18,2%) e Acre (18%). Na ocasião, aqueles que registrara­m os menores números foram Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8%), Paraná e Rondônia (8,9%).

DESALENTO

“O elevado tempo de procura por emprego é um dos fatores que ajudam a explicar o desalento”, analisou o IBGE. A maior parte dos desalentad­os está na Bahia: 766 mil pessoas. No Maranhão, o número também é alto: 588 mil pessoas.

“É uma inferência que pode favorecer inserções em ocupações de menores rendimento­s, sem vínculos formais, como os conta própria ou sem carteira de trabalho, e até mesmo no desalento”, explicou a analista da PNAD Contínua.

Os desalentad­os no período ficaram em 4,9 milhões de pessoas

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Camila Domingues/ Palácio Piratini Proporção de pessoas a procura de trabalho em períodos mais curtos está diminuindo, mas tem crescido nos mais longos
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