Folha de Londrina

Nesta semana teremos a solução da pendência que mais amarra o Supremo: a prisão em segunda instância

- A FOLHA é feita para você. Obrigado pela preferênci­a!

Na próxima quinta-feira (17), toda a atenção estará voltada para o STF (Supremo Tribunal Federal), data marcada pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, para o julgamento do mérito de três ações que discutem a possibilid­ade de prisão após condenação em segunda instância. O assunto virou de interesse público após a Lava Jato e obviamente a discussão da medida trará implicaçõe­s diretas para o rumo daquela que é a maior operação contra corrupção da história do País. Lembrando que ela pode beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso após ser condenado no caso do tríplex do Guarujá (SP).

A prisão após condenação em segunda instância, antes de esgotados os recursos nos tribunais superiores, está sendo autorizada pelo Supremo desde 2016. Mas esse entendimen­to pode mudar a partir de quintafeir­a. Há quem aposte em que a atual posição do STF sobre o tema seja revista ou que os ministros acabem optando por uma solução intermediá­ria, como por exemplo um marco a ser definido pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A primeira reação ao julgamento no STF veio da Câmara dos Deputados. O presidente da CCJ (Comissão de Constituiç­ão e Justiça), deputado Felipe Francischi­ni, convocou uma reunião deliberati­va extraordin­ária para as 13 horas desta terça-feira (15) para votar a proposta que permite a prisão de condenados em segunda instância. Na reunião, os membros da CCJ vão analisar a PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão) 410/18, que prevê a possibilid­ade de prisão após condenação em segunda instância.

O julgamento no STF não será rápido e a previsão é que ele se alongue por três sessões. É preciso entender esse momento como uma oportunida­de importante para promover mudanças legais que podem corrigir uma situação que muito contribui para aumentar a sensação de impunidade entre os brasileiro­s. Todos sabem que os recursos a instâncias superiores acabaram se tornando uma forma eficiente de protelar ao máximo a decisão final. Benefício de quem pode pagar advogados caríssimos para contar com a lentidão da justiça e ficar em liberdade. E assim vai se reforçando a imagem do Brasil como o país da impunidade.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil