Proposta prevê fomento à criação em tanques escavados
A Prefeitura de Alvorada do Sul também fechou uma parceria com a Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) para dar assistência também a agricultores que desejem criar tilápias em tanques escavados, em propriedades que não estão à margem da represa Capivara. O município fornecerá o maquinário para fazer o tanque e o órgão estadual montará o projeto de viabilidade econômica com os futuros piscicultores.
Há um grupo de produtores interessados, mas o técnico da Emater na cidade, Reinaldo Neres dos Santos, afirma que é preciso evitar aventuras e esperar a viabilização do frigorífico. “Minha preocupação é por ser uma atividade de campo, que tem períodos favoráveis e complicados, um custo alto, então é um desafio”, conta Santos. “Existe muita gente que não é ligada à agricultura e que quer investir na criação na represa ou em tanques escavados”, completa.
Ele conta que um grupo de 30 agricultores do Assentamento Iraci Salete participaram de uma reunião, promovida pela Emater, para que conhecessem a atividade. “Vamos precisar ter um olho clínico para definir quem terá condições de pensar em produção comercial, de escala, e acho que serão uns oito. Os demais podem não ter os recursos.”
O técnico do órgão considera, porém, que o potencial da região é enorme. Ele também defende um processo de integração, com o frigorífico mais ligado ao fornecimento de ração, por exemplo. Nesse sentido, o prefeito Marcos Pinduca afirma que há uma cooperativa de Londrina e uma de Maringá interessadas no projeto e que podem participar dessa integração no futuro. “Já conseguimos um registro do SIF [Serviço de Inspeção Federal] desse frigorífico, que é para exportar, e falei com uma cooperativa que não quis entrar no projeto ainda porque tem mais dois anos de investimentos em silos planejados”, conta.
ESPERANÇOSO
O produtor de tilápia e empresário Wesley Santoro tem hoje 120 tanques-rede com capacidade de até 750 kg, cada, em Alvorada do Sul. Porém, diz que o preço baixo nos últimos dois anos fez com que muitos dos piscicultores da região diminuíssem a produção para não ficar no prejuízo.
A vantagem que Santoro encontrou na atividade é que fornece peixes para o próprio restaurante na cidade. “Estamos esperançosos com o frigorífico local, porque vai demandar os peixes da nossa região, com preço decente e, quem sabe, poderemos formar uma cooperativa como em outras regiões, onde o sistema funciona melhor.” (F.G.)