Folha de Londrina

Eu procurava um padre

- Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br

Eu procurava um padre que ame a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. Um padre que reze a missa, que acredite na Eucaristia, que console os aflitos e que converta os infiéis. Um padre que ouça confissões, que faça batismos, que acolha famílias. Um padre que nos afaste do fogo do Inferno e nos mostre o caminho do Céu.

Eu procurava um padre que jamais fale de política em suas homilias e pregações. Um padre cujo principal assunto é o Evangelho. Um padre que conheça os Santos Padres. Um padre que se expresse como padre, que se vista como padre, que aja como padre, que viva como padre. Um padre que exale pureza e castidade. Um padre que odeie o pecado, não o pecador. Um padre que ame o Bem, a Verdade e a Beleza.

Eu procurava um padre que domine vários idiomas, que conheça os clássicos da literatura, que tenha sólidos conhecimen­tos de teologia, filosofia, história, psicologia e parapsicol­ogia. Um padre que goste de rezar a missa em latim. Um padre que ame a música clássica e saiba tocar piano. Um padre que cante o canto gregoriano. Um padre que encante.

Eu procurava um padre que respeite a Tradição e o Magistério da Igreja. Um padre que seja um pastor zeloso de suas ovelhas, principalm­ente as mais frágeis. Um padre que catequize as crianças, que aconselhe os jovens, que auxilie os adultos, que respeite os velhos. Um padre que construa uma biblioteca de 10 mil livros e uma ermida de 10 mil graças. Um padre que semeie as boas sementes por todos os lugares em que passa.

Eu procurava um padre que lembre os párocos de Georges Bernanos, ou o Frei Cristóvão de “Os Noivos”, ou os missionári­os palotinos que evangeliza­ram a Londrina nascente. Um padre que nos faça pensar em santos: o Cura D’Ars, Pio de Pietrelcin­a, Maximilian­o Kolbe, José de Anchieta, José Kentenich — todos eles odiados e perseguido­s pelo diabo.

Felizmente, conheci muitos bons padres nesta vida, inclusive na minha paróquia. Mas o padre que eu tanto procurava se chama Antonio Fiori. O sobrenome Fiori significa “flores” em italiano. Quando Deus pensou no Padre Fiori, sabia que o destino de seu filho seria cultivar flores de fé, esperança e amor.

Mas nem todos gostam do Padre Fiori. Seus superiores decidiram afastálo da comunidade e das famílias que ele tanto ama. Aos 74 anos, ele está profundame­nte triste. Querem expulsálo de Londrina, separá-lo do jardim espiritual que ele cultivou com esmero. Querem deixar órfãos todos os seus filhos espirituai­s, principalm­ente as crianças.

E sabem por que o Padre Fiori está sendo punido? Porque a presença de um padre conservado­r, corajoso e fiel à tradição incomoda profundame­nte os militantes políticos que se infiltrara­m em nossa Igreja. Ele foi escolhido como bode expiatório de um expurgo que a esquerda socialista pretende fazer na Arquidioce­se. Mas o efeito pretendido será o oposto: a punição ao Padre Fiori, um sacerdote colocado por Deus em nossas vidas, é a demonstraç­ão que estamos no caminho certo. É preciso tirar o PT do altar, para que o PT não tire todas as nossas esperanças.

Hoje é o Padre Fiori; amanhã seremos nós.

 ?? IStock ??
IStock

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil