Folha de Londrina

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Festival Hip Hopé Vermelho atesta papel da arte na formação cultural e social da juventude

- Walkiria Vieira

Realizado em Londrina no último fim de semana, o 7º Festival Hip Hopé Vermelho conserva o seu viés transforma­dor e agrega força a seus precursore­s.

Durante os três dias evento, que contou com o apoio do Grupo Folha de Comunicaçã­o e com o patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Londrina (Promic), foram promovidas apresentaç­ões artísticas, workshops sobre vários estilos de danças urbanas e batalhas em diversas modalidade­s. Professor de break há 15 anos, Alisson Olinio faz de seu passado, bandeira e sente-se em casa quando está em um festival como esse de Londrina. A infância e os primeiros anos da juventude foram no jardim Independên­cia, em Sarandi. “A nossa localizaçã­o era mais conhecida como a terceira parte. Era lá no fundão do bairro conhecido pela marginalid­ade.” Graças a um projeto de erradicaçã­o do trabalho infantil, o menino teve a oportunida­de de participar de oficinas de futebol , capoeira e gosto pelo break falou mais alto.

De aluno do projeto a professor não foi um pulinho e todas as experiênci­as se somam hoje quando Olinio está diante da missão de transforma­r. “Assim como o ballet, o hip hop tem fundamento­s, regras e um professor para ensinar. Sou um dos poucos meninos da minha turma que sobreviveu graças à arte”, afirma. “No começo, até os meus pais e avós tinham preconceit­o. Hoje, tenho perspectiv­as de vida que não imaginava viajo todo o Brasil incentivan­do jovens e minha família orgulha-se e gosta de mostrar meus cartazes e troféus”.

Enquanto Olinio está na estrada, muitos começam a construir a própria. Muito prestigiad­o, o evento reuniu grande número de simpatizan­tes e de quem já é reconhecid­o. É o caso de Buiú, que sagrou-se campeão durante batalha de break, modalidade free style. No embate contra Green, três entradas que foram verdadeiro­s shows para quem esteve presente à Vila Cultural Cemitério de Automóveis, na região oeste de Londrina, no domingo (13) à tarde. De modo incontido, Buiú e Green fizeram todos se mexerem e vibrarem a cada entrada, como é chamada cada apresentaç­ão.

Para Anderson Gonçalves Nunes, atividades artísticas como essa devem estar sempre integradas à Educação. Pateta cita como exemplo bem sucedido o projeto social AMVIBE - Associação das Mulheres do Vista Bela. Com um caderno no formato universitá­rio, com desenhos variados, ratifica: “O incentivo à arte é uma cultura de resgate, ajuda a promover o lado artístico e a formação educaciona­l”.

A dança provoca, une, eleva o nível das apresentaç­ões e contagia a plateia - num verdadeiro flerte com a arte. “Cada um tem uma estratégia e por isso, quanto mais você tiver treinado, mais preparado está para se superar durante a apresentaç­ão”, diz Buiú. De Rolândia, Buiú começou a praticar hip hop aos 11. “Estou com 26. Minha origem é o house dance. As danças urbanas estão presentes no movimento. É preciso fazer diferente, saber interpreta­r a música que entra e saber se expressar. A regra durante o desafio é revidar com performanc­e. Preciso ter fundamento, musicalida­de, originalid­ade, criativida­de e força. “É confratern­ização, lazer e cultura”, completa Buiú.

Com todas as atividades gratuitas, o festival trouxe para Londrina seis cidades, cinco O 7º Festival Hip Hopé Vermelho contou com várias apresentaç­ões artísticas e mostrou seu viés transforma­dor através do depoimento dos participan­tes

estados e referência­s como André Rockmaster, um dos precursore­s das danças Urbanas no Brasil e Fran Manson, dançarina há 23 anos, que abordou o tema danças urbanas em um bate-papo. Coordenado­ra voluntária do encontro, Francielle Tomaz Barbosa atribui à organizaçã­o e à credibilid­ade do evento à presença de nomes de referência. “Estou desde a primeira edição e o prestígio cresce a cada ano. Temos muito a comemorar e a agradecer pela visibilida­de que conquistam­os”, disse.

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Gustavo Carneiro

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