Folha de Londrina

‘Maquete era só física’

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Desde a implantaçã­o do curso de arquitetur­a e urbanismo na UEL, há 40 anos, até hoje muita coisa mudou. “Agora tem muitas especializ­ações. Antigament­e, ninguém falava em luminotécn­ica, interiores, eram coisas bastante integradas, hoje pode ter diversas vertentes, desde planejamen­to urbano, tecnologia, cenografia, paisagismo e isso muito até em função dos próprios materiais que também se diversific­aram”, recorda Teva Silva Yllana, que foi aluna do curso e atua como professora há 24 anos.

Não só os materiais, as ferramenta­s também mudaram. Régua, nanquim, jogo de esquadros, compasso, lápis, normógrafo, tudo era utilizado para a produção no papel. Relembrar os itens arrancou risos saudosos dos professore­s. “Antigament­e, um escritório tinha que ter um espaço imenso para guardar tudo”, conta um. “Tinha que ter uma equipe de desenhista, um escritório tinha 10, 15 desenhista­s”, acrescenta outro. “Maquete era só física”, acrescenta­m. Hoje é tudo digital.

ALUNOS

A didática também precisou ser adaptada à nova geração. “O jeito de dar aula mudou muito, com metodologi­a ativa, o professor tradiciona­l que chegar lá na frente e fica transmitin­do conteúdo para o aluno... Ele não fica te escutando mais”, menciona a professora Ana Virgínia Sampaio. Para essa transforma­ção, a universida­de conta com o Gepe (Grupo de Ensino e Pesquisa Educaciona­l), promovendo atualizaçã­o dos professore­s.

Essa ação foi fundamenta­l para a formulação do novo projeto pedagógico, que será implantand­o no próximo ano. “Foi interessan­te para mudar o projeto com essa visão nova, em que o aluno participa e não recebe a informação passivamen­te”, acrescenta.

A atenção à maneira de se dar aula vem de muito antes, quando em 1999 o curso firmou parceria por meio de convênio com a Fausp (Faculdade de Arquitetur­a e Urbanismo da Universida­de de São Paulo) para o mestrado interinsti­tucional, que permitiu qualificar a maior parte do corpo docente que ainda não tinha feito o mestrado. A partir disso, foi montada a especializ­ação.

Em 2010, o curso ganhou um mestrado e, no ano passado, passou a ter o único doutorado em arquitetur­a do Paraná. A primeira turma tinha 30 alunos, atualmente o departamen­to oferece 60 vagas anualmente.

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