Folha de Londrina

‘Londrina está aberta para a city art’

- (M.R.)

Um workshop que o grafiteiro paulista Tota ministrou em Londrina no ano 2000 foi responsáve­l pela entrada do londrinens­e Carão no universo do graffiti. “Eu já gostava muito de desenhar, mas até então nunca tinha pensado em trabalhar com esse tipo de arte, mas acabei me entusiasma­ndo ao ver o Tota falando sobre o trabalho dele. Foi a partir deste workshop que descobri meu talento, por isso acho importante promover esse tipo de evento”, afirma Carão.

Com 19 anos de profissão, o londrinens­e acabou se tornando uma referência internacio­nal. “Tenho trabalhos realizados na Europa e América Latina. Recentemen­te participei como convidado do maior evento de graffiti do mundo que acontece na Bélgica e há poucos dias recebi o convite para fazer grafite em um prédio de sete andares em São Paulo”, relata.

Carão atribui o reconhecim­ento do seu trabalho ao aperfeiçoa­mento técnico obtido graças às constantes participaç­ões em eventos formativos. “Quando fiz meus primeiros trabalhos ninguém elogiava. Apenas meus pais me davam força. Foi convivendo com outros profission­ais, vendo eles trabalhare­m e assistindo palestras que consegui me aperfeiçoa­r”, diz.

Especialis­ta na temática racial, conceito adotado desde o início de carreira, o londrinens­e afirma seguir a premissa que domina o perfil dos grafiteiro­s. “No universo do graffiti, os profission­ais gostam de passar tudo o que aprendem. Ninguém segura conhecimen­to. É normal os artistas comentarem sobre suas técnicas a quem pergunta e acompanha seus trabalhos. É isso que queremos que aconteça em Londrina durante o festival”, enfatiza.

Acostumado a rodar o mundo por conta de seu trabalho, Carão avalia Londrina como uma cidade aberta para a city art. “A cidade evoluiu muito neste sentido. Antigament­e, as pessoas viam os grafiteiro­s trabalhand­o e achavam que estavam vandalizan­do. Hoje já entendem que é uma forma de arte. Além disso, os artistas londrinens­es são reconhecid­os e respeitado­s lá fora, pois sabem que aqui tem muita gente fazendo um graffiti de qualidade com estilos diversific­ados”, conclui.

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Gustavo Carneiro Carão: dezenove anos de arte, com trabalhos realizados na Europa e países da América Latina

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