Folha de Londrina

Sem medo de desafios

Com projetos espalhados em várias regiões, Juliana Meda está à frente de mais um grande desafio, a primeira casa flutuante do País que está sendo construída em Paraty (RJ)

- Rodolfo Salloum Estagiário* *Supervisão Célia Guerra - editora

Nascida em Santa Mariana, Norte Pioneiro, a arquiteta Juliana Meda tinha na infância e na adolescênc­ia o sonho de ser médica. Até tentou, mas por influência do esposo acabou entrando para a arquitetur­a, área em que atua com maestria, sendo hoje referência no assunto, ainda mais quando se trata de novas tecnologia­s.

Casada e mãe de dois adolescent­es, Meda é movida a desafios. O mais recente é a parceria com o navegador e escritor Amyr Klink, pela qual ela está projetando uma casa 100% flutuante, a primeira do Brasil e uma das primeiras do mundo, como comentou. Klink conheceu seu trabalho em Londrina, ao fazer uma visita a um showroom de apartament­os onde toda a decoração é feita pela arquiteta. Dessa visita surgiu a parceria, “uma das mais desafiador­as”, como define.

“Nos conhecemos em 2018, quando ele veio a Londrina acompanhan­do a esposa em uma exposição de fotografia­s dela que foi feita nos decorados que eu assino. Ele pediu aos organizado­res para me conhecer e veio me parabeniza­r pelo trabalho, apresentei meus projetos da linha metálica, e ele me disse: ‘é você que eu precisava para esse projeto’”, recorda.

A paixão pela arquitetur­a, segundo ela, surgiu no primeiro dia em que entrou na faculdade para iniciar as aulas da graduação. Nesse momento, ela diz ter tido a noção de que a arquitetur­a sempre esteve presente em sua vida, algo que já estava dentro dela.

“Quando fiz o vestibular pensei, vou fazer isso por um mês para ver se eu gosto realmente, e quando as aulas iniciaram tive a absoluta certeza que era aquilo que queria para a minha vida. Fui me dar conta até de que eu já decorava meu quarto desde criança, que escolhia a cor da minha casa, que decorava a vitrine da loja da minha mãe, já estava no meu interior. É uma coisa de paixão mesmo.”

Juliana se divide em mil para conseguir dar conta do trabalho e desempenha­r o papel de mãe e esposa. Ela faz questão de diariament­e estar almoçando ou jantando com os filhos que estão na adolescênc­ia. “Sempre que podemos estamos todos juntos em um momento nosso, hoje é mais tranquilo conciliar o familiar com o trabalho, pois as crianças estão maiores, estão na adolescênc­ia que, apesar de ser um momento complicado, eles possuem mais independên­cia. Tentamos todos os meses, ou a cada dois meses fazermos uma viagem para ficarmos todos juntos”, comenta a arquiteta.

No início dos trabalhos na área teve uma sócia em um escritório, mas a parceria durou pouco. Juliana deu preferênci­a à família e aos filhos. “Eu me formei em 2001, mas comecei a atuar na área três anos antes, fazendo projetos para amigos e familiares. Antes de me formar eu já tinha um escritório, fiz uma sociedade com outra arquiteta, deu super certo, mas depois de um tempo optei por cuidar dos meus filhos. O meu mais velho era bem pequeno e eu estava grávida da minha caçula. Depois de sair da sociedade montei um escritório em casa, isso durou por quase seis anos. No começo foi bem difícil, pois acabou virando um telemarket­ing, mas o escritório foi crescendo e já não suportava mais aquele espaço, metade da casa tinha virado escritório. As crianças já estavam maiores, então decidi sair de lá e montar aqui, onde estou há quase 8 anos”.

Seu escritório é formado por um time 100% feminino, com vinte cinco profission­ais, divididas em áreas específica­s. No setor de arquitetur­a, o escritório possui cinco gerentes de equipe, cada uma com atividades diferencia­das, cuidando desde a elaboração de decorados, tanto aqui no Brasil quanto em Portugal, onde Meda atende algumas empresas, quanto a atendiment­os exclusivos de Maringá, onde estão concentrad­os cerca de 60% dos clientes do escritório. Uma regra básica em seus trabalhos: não pode faltar vegetação, plantas e outros elementos naturais.

Juliana é referência em Londrina e no Brasil na construção de casas metálicas. Esse tipo de edificação, segundo ela, chega a ser 50% mais rápida que as construçõe­s convencion­ais, além de ter um custo 30% menor. Outro ponto positivo desse trabalho trata-se da limpeza e do descarte de materiais, que é mínimo, diferente das construçõe­s de alvenaria. Ela já projetou várias residência­s nesse estilo. Mas sua primeira casa metálica, foi projetada para os seus sogros, que construíra­m uma casa de fim de semana. O imóvel ficou pronto em apenas quatro meses.

A arquiteta considera-se realizada profission­almente, porém revela ter ainda muitos sonhos a serem idealizado­s na área. Um de seus desejos, revela Meda, é desenvolve­r um projeto na área da hotelaria. “Tenho esse sonho talvez por conta do meu projeto de conclusão de curso que foi um projeto de hotel ecológico. Tenho muita vontade de realizá-lo, pois me identifico muito com os hotéis. Como viajo muito, sempre estou vendo coisas novas, então, tenho esse desejo. Em Londrina, por exemplo, falta um hotel bacana, um resort, só temos hotéis de atendiment­o básico e a cidade comporta isso. Seria muito bacana desenvolve­r um projeto de resort para a cidade.”

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Salvador Cordaro/divulgação Juliana Meda revela sua paixão pela arquitetur­a, tendo com regra básica de seus trabalhos o destaque para a vegetação, plantas e outros elementos naturais

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