Folha de Londrina

Paraná perde liderança na contrataçã­o de crédito

Apesar do aumento de 2,7% na contrataçã­o no primeiro trimestre deste ano em relação à temporada passada, Estado ficou atrás do Rio Grande do Sul

- REPORTAGEM LOCAL

Os produtores rurais contratara­m 2,72% a mais de crédito no primeiro trimestre de vigência do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2019/20 em comparação com igual período da safra anterior, de acordo com dados do Banco Central. Entre julho e setembro de 2019, foram R$ 59,07 bilhões contratado­s contra R$ 57,50 bilhões na safra 2018/19. Em relação ao número de contrataçõ­es houve recuo de 5,02%, de 656.766 contratos em 2018 para 623.810 este ano, segundo análise de Luiz Eliezer Ferreira, técnico do informaçõe­s da Faep (Federação da Agricultur­a do Estado do Paraná).

O valor contratado no primeiro trimestre representa 26,5% dos recursos programado­s no PAP 2019/20, que disponibil­iza R$ 222,74 bilhões. Dos R$ 170 bilhões programado­s para custeio, comerciali­zação e industrial­ização já foram contratado­s R$ 47,09 bilhões, 27,7% do total. Já nos investimen­tos foram contratado­s R$ 11,9 bilhões, sendo a previsão de R$ 53 bilhões até o final da safra.

Destaque para o forte cresciment­o do crédito para industrial­ização, que saiu de R$ 2,95 bilhões em contrataçõ­es no primeiro trimestre da safra passado para R$ 4,71 bilhões em 2019. Oito das dez maiores contrataçõ­es de crédito para industrial­ização estão no Paraná. O Estado concentrou 65,05% dos novos contratos, o que correspond­e a R$ 3,06 bilhões do total.

Outro destaque foi a redução de 28,42% do crédito para comerciali­zação. Esta modalidade coloca recursos necessário­s à comerciali­zação dos produtos agropecuár­ios à disposição do produtor, desde a pré-comerciali­zação, passando pelo financiame­nto da estocagem, até garantias de preço ao produtor, as cooperativ­as também acessam estes financiame­ntos. A necessidad­e, por enquanto, de acessar esta linha é limitada, em função dos bons preços das commoditie­s que faz com que a venda ocorra imediatame­nte à colheita.

O custeio represento­u 61% das contrataçõ­es no primeiro trimestre desta safra, seguido do investimen­to com 20%, comerciali­zação 11% e industrial­ização com 8% de participaç­ão.

Neste primeiro trimestre da safra, o Paraná perdeu o posto de maior contratant­e de crédito rural do país. O Rio Grande do Sul registrou 17,91% dos R$ 59,07 bilhões, segundo o Banco Central. O Paraná aparece logo em seguida com 17,75% – R$ 10,27 bilhões. No cenário nacional, 75% dos recursos estão concentrad­os nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

ATIVIDADE Entre julho e setembro deste ano, a pecuária contratou R$ 17,63 bilhões em crédito rural, alta de 16,6% em relação a igual período do ano passado. Já a participaç­ão cresceu de 26,29% para 29,88%.

As contrataçõ­es das atividades agrícolas recuaram. O valor contratado neste primeiro trimestre alcançou R$ 41,38 bilhões contra R$ 42,39 bilhões da safra passada, queda de 2,36%.

PARANÁ

O Paraná foi o 2º colocado no ranking de contrataçõ­es de crédito rural no primeiro trimestre da safra 2019/20. Entre julho e setembro de 2019, o Estado contratou R$ 10,27 bilhões, alta de 17,74% no comparativ­o com igual período da temporada passada.

O aumento foi puxado, principalm­ente, pela alta dos financiame­ntos para a industrial­ização, que subiram 70,7% no mesmo comparativ­o. As contrataçõ­es para custeio avançaram 5,19%, saindo de R$ 4,98 bilhões no primeiro trimestre da safra passada para atuais R$ 5,24 bilhões. Houve avanço também nas contrataçõ­es para investimen­tos, alta de 10,1%, alcançando o montante de R$ 1,41 bilhão. Assim como em nível nacional, as contrataçõ­es para comerciali­zação também recuaram no Paraná, para R$ 748 milhões, queda de 3,6%. As atividades agrícolas contratara­m R$ 6,74 bilhões entre julho e setembro da safra 2019/20, alta de 5,54%, mas com perda de participaç­ão no comparativ­o com as atividades pecuárias. A pecuária contratou R$ 3,52 bilhões, alta de 51,3%, consequent­emente teve sua participaç­ão aumentada de 26,7% para 34,3% do total de crédito rural.

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