Alberto Fernández assume presidência da Argentina com promessa de priorizar o desenvolvimento econômico
Novo mandatário da Argentina prometeu colocar o bem-estar dos argentinos à frente do pagamento da dívida externa
Buenos Aires – Alberto Fernández tomou posse nesta terça-feira (10) como presidente da Argentina. Em seu discurso no Congresso, o novo mandatário defendeu a conciliação política no país e prometeu colocar o bemestar dos argentinos à frente do pagamento da dívida externa. O vice-presidente Hamilton Mourão representou o Brasil na cerimônia em Buenos Aires.
Sobre a dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional), Fernández disse que a ideia é pagar, “mas antes temos que crescer”, e a que negociação com o fundo estava já sendo feita neste sentido. “Não podemos apresentar uma solução que comprometa o futuro de milhões de argentinos”, declarou.
“Estamos numa emergência social em que é preciso começar pelos últimos”, afirmou. Ele disse que há “muros” por superar, os “muros da pobreza, da desigualdade, das disparidades do país”. “Esses são os muros que existem, não os muros ideológicos. Temos que deixar de apostar na polarização, digo isso para os que votaram em mim e para os que não me votaram”, afirmou. Disse ainda que é necessário um pacto para superar “esse presente penoso, acabar com as dívidas de nossos compatriotas e a do país.”
Fernández culpou a política econômica do governo de Mauricio Macri e afirmou que “o Estado estará presente, oferecendo linhas de créditos e de bônus, além de recursos para investimentos”. Acrescentou ainda que, nos próximos dias, haverá o anúncio de medidas para atender aos mais pobres e que chamará um compromisso de empresas e produtores para que os preços não aumentem.
Sobre o Mercosul, se referiu especialmente ao Brasil: “Com o Brasil queremos construir uma relação que beneficie a toda a região e ao Mercosul e nossa relação irá ocorrer muito acima das ideologias de conjuntura”.
Do lado de fora do Congresso, em Buenos Aires, onde ocorreu o juramento de Fernández, e da Casa Rosada, havia muito público e uma grande quantidade de membros de organizações sociais kirchneristas, como o Movimento Evita, a Juventude Peronista, Unidos y Organizados, e outros.
No Congresso, estavam parlamentares, ex-presidentes, ministros, delegações estrangeiras e familiares dos eleitos. O agora ex-presidente Mauricio Macri apareceu depois do juramento, como manda o protocolo, entregou o bastão e a faixa presidencial a Fernández, e deu-lhe um abraço. Os dois se cumprimentaram de modo efusivo e trocaram algumas palavras. Já Cristina o cumprimentou com frieza, apenas apertando sua mão e sem olhá-lo nos olhos. Logo depois disso, Macri deixou o recinto.