Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decide suspender mandato de Boca Aberta
Relator queria cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar; deputado, pré-candidato a prefeito, diz que irá recorrer na CCJ
Pré-candidato a prefeito de Londrina e vereador mais votado da história da cidade em 2016, o deputado federal Boca Aberta (Pros) teve acatado o pedido de suspensão do mandato por seis meses pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados nessa terça-feira (10). Foram dez votos favoráveis e um contra.
A decisão do colegiado abrandou a pena proposta pelo deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator do processo, que havia pedido a cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro.
Boca Aberta também teve suspensas todas as prerrogativas regimentais pelo mesmo prazo. O deputado tem o prazo de cinco dias uteis para recorrer da decisão do colegiado. Se a decisão da CCJ for favorável ao relatório, o Conselho de Ética encaminha um projeto de resolução para que o Plenário da Câmara vote.
DENÚNCIAS
Uma representação foi por uma ação realizada na madrugada do dia 17 de março deste ano, quando Boca Aberta entrou na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jataizinho, Região Metropolitana de Londrina, e flagrou um médico dormindo durante o plantão. O deputado teria iniciado um tumulto, constrangendo médicos, demais profissionais da saúde e guardas municipais que estavam no local. O episódio também foi mostrado pelo deputado em suas redes sociais, o que caracterizaria exposição indevida dos profissionais.
A outra representação foi por ofensa ao deputado Hiran Gonçalves (Progressistas-RR) durante reunião em uma comissão da Câmara. O parlamentar também divulgou em suas redes sociais notícia falsa sobre Hiran.
DEFESA
Ao se defender, Boca Aberta disse reconhecer o erro, e pediu que não fosse aplicada a pena de suspensão. “A grande virtude de um homem é saber reconhecer o erro dele, e eu confesso que errei em vários momentos, porque eu sou falho”, disse o deputado, acrescentando que vai recorrer, na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), da decisão aprovada do conselho.
Além das duas representações contra Boca Aberta, o conselho decidiu remeter para a corregedoria da Câmara dos Deputados outras denúncias contra o deputado.