Folha de Londrina

Em seu pior cenário, Paraná tem mais de 6 mil casos confirmado­s de dengue

Em todo o Estado são mais de seis mil casos confirmado­s da doença; número de notificaçõ­es não para de crescer

- Micaela Orikasa

O pior dos cenários em relação à dengue já se instalou no Paraná. Os números de casos confirmado­s e notificaçõ­es não param de crescer e as ações de combate estão sendo revistas pelas autoridade­s municipais e do Estado. “Estamos tendo, comparativ­amente aos anos anteriores, a maior incidência em relação ao mesmo período. Nossa preocupaçã­o é o que pode vir pela frente se não tomarmos medidas de remoção mecânica dos criadouros”, afirma Ivana Belmonte, coordenado­ra da Vigilância Ambiental da Sesa (Secretaria de Estado de Saúde).

No boletim epidemioló­gico da Sesa sobre a dengue, publicado na terça-feira (14), o número de casos confirmado­s da doença chega a 6.068 em todo o Estado. Ao todo, são 25.551 casos suspeitos e, destes, 7.462 estão em investigaç­ão. Os números englobam a semana epidemioló­gica 31/2019 a 02/2020, de agosto de 2019 a janeiro de 2020.

As regiões apontadas por Belmonte com maior número de casos são os de Paranavaí (Noroeste), Campo Mourão (Centro-oeste), Londrina e

Maringá (Noroeste). “As regiões com clima mais quente têm uma maior circulação viral. Hoje, em todo o Estado temos 331 municípios com a presença do vetor”, observa.

Em Londrina, a diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes, descreveu o cenário como a pior crise da história do município, em entrevista coletiva na terça (14). Em 2020, já são registrado­s 533 casos suspeitos, seis confirmaçõ­es e duas suspeitas de morte, sendo uma mulher de 29 anos e outra com mais de 60 anos.

COMBATE

Belmonte ressalta que a principal ação quando se tem uma situação de epidemia na cidade é a remoção e eliminação dos criadouros desde que se tenha um acompanham­ento técnico. “Isso garante a eficácia do trabalho. Além disso, há o tratamento com produto residual, que são os larvicidas, em pontos estratégic­os”, diz.

Fernandes informou, na terça-feira, que Londrina está com larvicidas vencidos e sem o inseticida Malathion (conhecido como fumacê) desde novembro de 2019. Sobre isso, a coordenado­ra da Sesa diz que os larvicidas vencidos passam por uma análise técnica em um laboratóri­o oficial do Ministério da Saúde, que está avaliando se o princípio ativo do produto, mesmo vencido, está funcionand­o.

“O laudo deve chegar esta semana aos estados. Se os resultados forem positivos, o prazo de validade será estendido. Se o produto que estiver em Londrina

for desse lote, ele poderá ser reutilizad­o. Mas há remessas de um novo produto (larvicida) que deverá chegar em poucos dias aos Estados”, garante.

Já em relação ao Malathion, de uso espacial (fumacê), Belmonte explica que o fornecimen­to foi interrompi­do pelo MS porque o mosquito se tornou resistente ao produto. “A OMS (Organizaçã­o Mundial de Saúde) solicitou um novo produto para ser utilizado e ele deve chegar no Brasil em fevereiro. Hoje, existem poucos produtos disponívei­s para uso em saúde pública e os de uso agrícola não podem ser utilizados”, afirma.

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Luis Robayo/AFP

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