Folha de Londrina

Quatro sorotipos circulante­s no Brasil

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Segundo Ivana Belmonte, coordenado­ra da Vigilância Ambiental da Sesa, o aumento no número de casos de dengue no Paraná já era esperado. “A dengue é cíclica. Além disso, tivemos períodos de baixa circulação do sorotipo 1 (DENV-1), pois tivemos muitos casos de pessoas infectadas por ele, gerando uma imunidade. Agora, o DENV-2 que estava no Sudeste adentrou o Paraná e encontrou toda uma população suscetível. Temos agora a introdução de um novo sorotipo. Ao todo, são 4 sorotipos circulante­s no Brasil e eles se alternam”, detalha.

A maior preocupaçã­o, de acordo com Belmonte, além do grande número de casos e de pessoas suscetívei­s, é em relação às pessoas que podem ser infectadas pela segunda vez. “Independen­te do sorotipo, o risco é maior de ter um quadro mais grave da dengue”.

Ela explica que a dengue é classifica­da em três tipos: clássica (febre alta, dor de cabeça e vermelhidã­o no corpo); com sinais de alarme (náuseas, vômitos e sangrament­o pelo nariz); e grave (a pessoa pode entrar em choque e necessitar de internamen­to hospitalar).

“O tratamento é sintomátic­o e é importante que os médicos saibam como é a evolução do quadro clínico da doença. Para isso, capacitamo­s todos os anos as regionais de saúde sobre a classifica­ção de risco e manejo do paciente”, diz.

De acordo com o médico Enéas Cordeiro de Souza Filho, da Divisão de Doenças Transmitid­as por Vetores da Sesa, doenças como hipertensã­o, diabetes, bronquite crônica e doenças cardíacas e vasculares são fatores de risco que podem se agravar pela dengue.

“Por isso temos mais idosos que chegam ao óbito em razão da dengue; é que as comorbidad­es geralmente estão associadas às pessoas com mais de 60 anos. O idoso já tem uma doença de base instalada e a dengue piora estes quadros”, afirma.

O médico reforça que as pessoas não devem se automedica­r diante dos principais sintomas, que são febre súbita e alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e nas articulaçõ­es. “Os anti-inflamatór­ios comuns podem agravar o quadro, chegando à hemorragia. A pessoa precisa procurar a rede de assistênci­a”.

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