Folha de Londrina

Substância tóxica contaminou mais seis marcas de cerveja da Backer

De acordo com a Polícia Civil, quatro mortes por consumo da bebida foram registrada­s em MG

- Alex Rodrigues

Brasília

- O Mapa (Ministério da Agricultur­a, Pecuária e Abastecime­nto) identifico­u a presença de monoetilen­oglicol e de dietilenog­licol em mais seis marcas de cervejas produzidas pela mineira Backer, totalizand­o oito rótulos contaminad­os da mesma fabricante. Além dos já divulgados três lotes de Belorizont­ina, que no Espírito Santo é comerciali­zada com o rótulo de Capixaba, foram encontrado­s vestígios das substância­s tóxicas nas marcas Capitão Senra,

Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2.

Em nota divulgada na tarde desta quinta-feira (16), o ministério informou que as análises realizadas por laboratóri­os federais de defesa agropecuár­ia identifica­ram 21 lotes contaminad­os das oito cervejas produzidas pela Backer. Além desses, a Polícia Civil identifico­u mais um lote contaminad­o.

Também nesta quinta, policiais civis mineiros cumpriram mandados de busca e apreensão em uma empresa que, segundo a instituiçã­o, fornece monoetilen­oglicol para a cervejaria Backer, de Belo Horizonte. Segundo a assessoria da corporação, a distribuid­ora, cujo nome não foi oficialmen­te divulgado, fica em Contagem, na região metropolit­ana da capital mineira.

Devido a suas propriedad­es anticongel­antes, o monoetilen­oglicol e o dietilenog­licol costumam ser usados em sistemas de refrigeraç­ão. A Backer, no entanto, tem negado empregar as duas substância­s em sua linha de produção. Procurada, a cervejaria não se pronunciou sobre as novas conclusões do Mapa, nem sobre o cumpriment­o dos mandados de busca e apreensão na distribuid­ora que lhe fornece insumos.

O Ministério da Agricultur­a afirma “seguir atuando nas apurações administra­tivas para identifica­r as circunstân­cias em que os fatos ocorreram e tomando as medidas necessária­s para mitigar o risco apresentad­o pelas cervejas contaminad­as”. No último dia 13, a pasta intimou a empresa a recolher dos estabeleci­mentos comerciais toda a sua produção vendida a partir de outubro de 2019. Antes disso, o ministério já havia lacrado tanques e demais equipament­os de produção e apreendido 139 mil litros de cerveja engarrafad­a e 8.480 litros de chope.

A Polícia Civil, que apura as circunstân­cias e as responsabi­lidades pela intoxicaçã­o de ao menos 18 pessoas, confirmou a terceira morte em consequênc­ia da síndrome nefroneura­l, associada ao consumo das cervejas Backer. Um quarto caso fatal, envolvendo o óbito de uma moradora da cidade de Pompéu, a cerca de 170 quilômetro­s de Belo Horizonte, foi confirmado no começo da noite desta quinta.

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Cristiane Mattos/O Tempo/Folhapress Análises realizadas por laboratóri­os federais de defesa agropecuár­ia identifica­ram 21 lotes contaminad­os das oito cervejas produzidas pela Backer

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