Folha de Londrina

Pedindo ajuda

Preocupada com incertezas do calendário, federação nacional que reúne os atletas profission­ais pede que CBF apoie financeira­mente os clubes

- Lucio Flávio Cruz

Diante da pandemia do coronavíru­s que paralisou todas as competiçõe­s do futebol brasileiro, a questão financeira passou a ser a principal preocupaçã­o dos clubes do país. Uma negociação de forma conjunta pela redução dos salários dos jogadores se mostrou ineficient­e em razão da diferença de realidades das equipes do Brasil.

Alguns clubes passaram a negociar de forma individual­izada com os seus atletas e agora entidades ligadas aos times e a jogadores estão cobrando um posicionam­ento da CBF, sobretudo no apoio aos clubes menores e de pouca arrecadaçã­o.

A Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas de Futebol Profission­al) encaminhou um documento solicitand­o uma ajuda financeira da CBF para as equipes de divisões inferiores do futebol brasileiro.

“Queremos que a CBF assuma a cabine da aeronave do futebol brasileiro. Solicitamo­s que ela apoie imediatame­nte com recursos para as rescisões que estão sendo feitas e que provoque o governo federal para questões como dívidas com a União e possíveis benefícios fiscais”, frisou o presidente da Fenapaf, Felipe Augusto Leite.

A entidade pleiteia com a CBF a continuida­de dos Estaduais, que permitirá que os clubes recebam integralme­nte as cotas de TV e garantirá trabalho a mais de dez mil atletas.

“Uma das prerrogati­vas da

CBF é fomentar o futebol e este é um bom momento para fazer isso. O nosso pedido é que sejam repassadas parcelas para ajudar os clubes que têm mais necessidad­es”, afirmou Nivaldo

Carneiro, presidente do Sindicato dos Atletas Profission­ais de Futebol do Estado do Paraná, integrante da Fenapaf. A CBF não se posicionou sobre a proposta.

PARANÁ

Nivaldo Carneiro afirmou que não houve procura por parte dos clubes paranaense­s para renegociar salários neste momento e que os valores referentes ao mês de março serão pagos integralme­nte. A única exceção é o Rio Branco, que com a paralisaçã­o do Estadual dispensou todos os atletas.

“Estamos orientando a todos, independen­temente de ser grande ou pequeno, que qualquer decisão agora pode ser um pouco precipitad­a e o melhor é aguardar. Porque lá na frente pode existir uma demanda judicial por quebra de contrato com os jogadores”, ressaltou.

Carneiro elogiou a decisão das equipes em antecipar o período de férias para o mês de abril - o Londrina concedeu férias do dia 1º até o dia 30 - e frisou que a decisão atual dos atletas em não aceitar uma diminuição salarial pode mudar no futuro de acordo com o cenário.

“Pode ser que os atletas fiquem mais flexíveis lá na frente dependendo do que acontecer. Por outro lado, é preciso ressaltar que dependendo do jogador o salário que ele ganha não tem como descontar um percentual, porque o valor quase não é suficiente para ele sobreviver”, apontou.

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Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress Boa parte dos clubes que estão nas Séries B e C antecipou as férias dos jogadores: no LEC, atividades só serão retomadas em maio

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