Folha de Londrina

Carreata da Covid-19

- ESPAÇO ABERTO Ronan Wielewski Botelho (advogado e filósofo) Londrina

Confesso ter dúvidas se a luta é entre indivíduos e o vírus Sars Covi-2 (coronavíru­s) ou foi declarada uma guerra fria civil no Brasil. Onde as pessoas estão lutando ideológica e ignorantem­ente entre si, enquanto o vírus domina aos poucos tudo e todos.

Neste passo e compasso, há outra realidade, esta sem qualquer imprecisão. O Brasil não esta preparado para enfrentar graves ameaças ou tragédias naturais. Isso porque temos a sorte de estarmos localizado­s em território abençoado, até aqui, sem incidentes de terremotos graves, furacões, adversidad­es de vulcões, atentados repentinos de grupos terrorista­s. Até ontem, grandes desastres e desgraças naturais ou terrorista­s acompanháv­amos com tristezas, mas calmos por ser longe. Parece que tudo mudou.

Pois bem. Com a chegada da nova gripe, escancarou nosso déficit em políticas na administra­ção pública e falhas humanas. Dentre vários erros e acertos, recente e repentinam­ente, o “segundo prefeito de Curitiba”, Ratinho Junior, com base técnica (não apresentad­a, somente ventilada) decretou medidas enérgicas para manter a população em situação de lockdown.

Atos mandamenta­is diferentes e desiguais entre as regiões do Paraná, de acordo com a intuição dos administra­dores estaduais. Londrina foi classifica­da em situação grave e por isso chancelada no maior rigor possível.

Sem entrar no mérito se é ou não verídica a informação do governo curitibano que estamos sem controle na regional londrinens­e, é importante destacar que a decisão foi unilateral e hierarquic­amente desproporc­ional. O que deve prevalecer é o interesse local.

Uma crise com tamanha gravidade e sem data para acabar não pode sofrer com impactos com viés de desespero do político. Toda a população precisa ser ouvida. Mesmo sabendo dos riscos e a quantidade de mortes, para bem ou mal (somente o futuro dirá), Londrina decidiu enfrentar o vírus, e continuar trabalhand­o.

Mesmo que não seja aconselhad­o ou ato contrário ao feito em outros locais de mundo, a vontade da população, no Estado Democrátic­o de Direito, onde o poder emana do povo, precisa ser respeitado e atribuído pelos governante­s.

Toda prosa acima, para refletir o que segue: Londrinens­es revoltados com o decreto estadual organizam uma carreata para mostrar rejeição ao desejo de lockdown. Entretanto, ao decidir por esse lado, podemos tomar a decisão errada.

Aglomeraçõ­es neste momento são positivas para o vírus deitar e rolar nas infecções. Frisa-se, nosso inimigo é o decreto, porque o vírus, ainda não há armas para vencê-lo. Apenas um isolamento total de 14 dias seria capaz, mas como já sabemos, é impossível sermos uníssonos. Portanto, para metade e outra não apenas piora a tensão humanitári­a.

Uma saída para mostrar ao prefeito 02 de Curitiba que Londrina não concorda são os abaixo assinados virtuais, ato que deve ter a liderança de entidade prejudicad­a. Nos mesmos moldes do sucesso que foi o abaixo-assinado do candidato João Amoedo (Novo) em 2018, quando não teve oportunida­de de ir em debates.

O Abaixo assinado virtual tem segurança sanitária e efeitos práticos, inclusive jurídicos, que melhor atende o desejo de todos.

Aglomeraçõ­es neste momento são positivas para o vírus deitar e rolar nas infecções

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