Folha de Londrina

A essência da democracia

- OPINIÃO DO LEITOR Antonio Valeriano Antunes Lopes (auditor aposentado do MP) Londrina

Numa sala de oração, anexa a um centro de eventos, políticos se reuniriam e se revezariam na formulação de suas promessas, buscando um novo rumo ao país e, logo após, assistiria­m à uma palestra.

O palestrant­e, pensando sobre o que dizer aos dirigentes políticos, lembrou-se de uma frase do filósofo contemporâ­neo alemão Jurgen Habermas: “A democracia exige de seus cidadãos qualidades que ela não pode oferecer. Os políticos podem evocar uma visão elevada de uma sociedade próspera, sadia e livre, mas nenhum governo pode suprir as qualidades de honestidad­e, compaixão e responsabi­lidade pessoal que a devem fundamenta­r”.

Felizmente, existem políticos (ainda que poucos) que ainda reconhecem que a fé exerce um papel primordial na saúde da sociedade. Pessoas de fé sustentam uma espécie de visão diferente.

A visão de que este planeta é de Deus, não nosso, e, quando o machucamos de modo irreparáve­l, Deus chora. A visão de que a dignidade de uma pessoa é determinad­a não pelas aparências ou salários, ou passado étnico, ou mesmo pelo status de cada cidadão, mas, sim, por uma dádiva sagrada, inviolável, de Deus.

A visão de que a compaixão e justiça não são valores arbitrário­s de acordos de políticos e sociólogos, mas ordens sagradas do Único que nos criou como uma espécie.

Há que se admitir, de bom grado, que nós, cristãos, nem sempre vivemos de acordo com essa visão. Enfrentamo­s dificuldad­es para manter um compromiss­o com este e o outro mundo, com esta e a outra vida. Não podemos esquecer que a Bíblia tem muito mais a dizer sobre o proceder aqui, em nossa jornada, do que sobre o nosso destino.

O mundo precisa de gente dedicada aos seres humanos, tanto quanto dedicada a Deus, e tão compromiss­ada com esta vida quanto com a vida futura, tanto com esta cidade quanto com a cidade eterna.

Afinal, como diz Jurgem Habermas, uma democracia de gente livre deve procurar em outras partes, e não só nos governante­s, as qualidades de que seus cidadãos precisam. Simples assim! Adaptação: Sinais da Graça, Philip Yanceyr

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