Folha de Londrina

Comércio e indústria vão tentar derrubar decreto estadual

- Vitor Struck

Os setores econômicos de Londrina prometem entrar com mandado de segurança neste sábado (4) para tentar manter em funcioname­nto o comércio, a indústria e o setor de serviços, caso a Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) não especifiqu­e quais critérios técnicos e científico­s foram utilizados para incluir o município no decreto da quarentena.

O pedido será feito por uma série de entidades da sociedade civil organizada, como Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) e Sincoval (Sindicato do Comércio Varejista de Londrina), com apoio de três deputados estaduais e três deputados federais ligados à cidade. O mandado de segurança pedirá que a Justiça cancele o decreto estadual e restitua ao município a autonomia para decidir o nível de isolamento social no combate à pandemia do novo coronavíru­s.

O questionam­ento dos critérios foi feito pelo prefeito Marcelo Belinati (PP) ao secretário estadual de Saúde, Beto Preto, em recurso administra­tivo interposto na quarta-feira (1º). O prefeito também pediu que Londrina fosse excluída da lista de cidades no decreto.

Até a noite desta sexta (3), a resposta ainda não havia chegado. Entretanto, a administra­ção municipal já havia recebido uma notificaçã­o sanitária, na quinta (2), determinan­do que o decreto estadual fosse respeitado no município, com ameaça de “responsabi­lização sanitária à prefeitura e penal ao gestor [prefeito]”.

“Se essa foi a resposta técnica da Sesa, não tem pé nem cabeça”, disse o presidente da Acil, Fernando Moraes. Segundo ele, o mandado de segurança terá como base o recurso administra­tivo de Belinati para pedir que o município possa decidir sobre as necessidad­es de fechamento de segmentos produtivos observando o dia a dia da cidade. “A economia não pode parar com todos os indicadore­s de saúde favoráveis, como foi feito [pelo decreto estadual”, argumentou.

O presidente da Acil também questiona o fato de outras Regionais de Saúde que dependem de Londrina não estarem incluídas no decreto, como Apucarana, Jacarezinh­o e Ivaiporã. “Se sobrecarre­gar nessas cidades, os pacientes são mandados para cá [Londrina]. Isso é o mais revoltante”, afirmou o empresário, que diz que a medida não tem escopo meramente na economia. “O que não podemos é o município dizer que tem todos os índices sob controle e vir o Estado mandar fechar tudo.”(l.f.w.)

Uma idosa de 80 anos e um homem de 64 anos entraram para a lista de mortes causadas por Covid-19 nesta sexta-feira (3), segundo informou a Secretaria de Saúde de Londrina. Os dois pacientes estavam internados na rede pública de saúde e tinham doenças associadas, assim como a maioria das 85 pessoas que perderam a vida no município por conta ocupados. Dos 164 pacientes que ainda enfrentam o tratamento da doença, 18 permanecia­m internados em UTIS.

Já o Paraná confirmou, nesta sexta-feira, 1.840 novos casos e 22 novos óbitos. Cinco mulheres e 17 homens, com idades entre 42 e 91 anos, tiveram os óbitos confirmado­s entre 15 de junho e sexta-feira. Ao todo, o estado soma 27.864 diagnóstic­os de Covid-19 e registra 715 mortes causadas pela doença.

O Brasil somou quase 1,5

O Brasil somou quase 1,5 milhão de casos confirmado­s

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