Folha de Londrina

Empresário­s comemoram possível ida de Feder para MEC

Nome do secretário do Paraná agrada setor por conta do perfil empreended­or e liberal

- Isabela Palhares

São Paulo

- Mesmo que pouco conhecido na área educaciona­l, o nome de Renato Feder, convidado para comandar o Ministério da Educação, agradou empresário­s do setor pelo perfil empreended­or, liberal e proximidad­e com o segmento privado. Para estudantes e secretário­s de educação, as mesmas caracterís­ticas geram preocupaçã­o.

Secretário de educação do Paraná, Feder foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para chefiar o MEC.

A expectativ­a é que Feder possa levar à frente pautas defendidas pelo setor, especialme­nte ações de apoio para faculdades e escolas privadas, que projetam impacto negativo com a crise financeira provocada pela pandemia do novo coronavíru­s.

Com pouca interlocuç­ão no MEC nos últimos 14 meses, sob o comando do ex-ministro Abraham Weintraub, os empresário­s esperam que Feder seja mais sensível às demandas do setor. Além do auxílio financeiro, eles defendem menor regulação para a rede particular, mais liberdade para o ensino a distância e incentivos para parcerias público privadas na educação.

Em sua gestão no governo Ratinho Jr. (PSD), Feder se aproximou do setor privado para desenvolve­r ações para as escolas estaduais, com parcerias, por exemplo, com a Fundação Lemann. Antes de assumir um cargo público, ele atuava no mundo corporativ­o, como CEO de uma empresa de tecnologia, a Multilaser.

“Renato Feder é um nome com potencial por seu perfil jovem, empreended­or e liberal”, diz nota enviada nesta sexta (3) pela Fenep (Federação Nacional de Escolas Privadas). Para o presidente da entidade, Ademar Pereira, por defender “ideais liberais” o novo ministro deve apoiar a reabertura dos colégios.

Em livro publicado em 2007, Feder defendeu a privatizaç­ão de todo o ensino público, a começar das universida­des. A proposta incluía também a concessão de vouchers para as famílias matricular­em os filhos em escolas privadas, ideia também defendida por Bolsonaro durante a campanha.

“O novo ministro já havia manifestad­o sua inclinação para políticas públicas mais eficientes, consistent­es e objetivas e estratégia­s pedagógica­s mais inovadoras”, disse em nota o Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedor­as de Ensino Superior).

As faculdades privadas também defendem que o MEC amplie o Fies (Financiame­nto Estudantil) de forma emergencia­l para evitar que os alunos desistam dos cursos de graduação por causa da pandemia.

A aproximaçã­o com o setor privado e a defesa de ideias liberais, no entanto, preocupam a UNE (União Nacional do Estudantes) e secretário­s municipais e estaduais de educação. Eles temem o enfraqueci­mento, por exemplo, da proposta do Fundeb, principal mecanismo de financiame­nto da educação básica.

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Isac Nóbrega/pr Para justificar decisão, o Palácio do Planalto argumentou que a expressão “demais locais fechados em que haja reunião de pessoas” é abrangente demais
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José Fernando Ogura/aen Expectativ­a é que Feder priorize apoio para faculdades e escolas privadas, que projetam impacto negativo com a crise provocada pelo coronavíru­s
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