Folha de Londrina

Sensibilid­ade emfoco

Técnico em segurança do trabalho prestigia e fotografa espetáculo­s culturais para valorizá-los

- Walkiria Vieira

No livro “Se você não tem bunda, use laços no cabelo”, o empreended­orismo de Barbara Corcoran é uma prova de que reinventar-se gera frutos. Sua trajetória de sucesso é referência. Na mesma linha das virtudes humanas, o Técnico em Segurança do Trabalho, Cesar Augusto da Silva Lombardi, descobriu na fotografia, uma forma de expressão e de valorizaçã­o da cultura. Para tanto, rompeu a timidez e abriu suas lentes para a arte. Hoje, a fotografia é como uma segunda profissão e carregada de paixão. Ao todo, são 10 anos da prática que tornam Lombardi, 54 anos, mais equilibrad­o. A exposição “A ARTE DA PALHAÇARIA” traz algumas de suas fotos e pode ser vista Espaço Cultural Ceddo. Ao todo, 24 fotos que se rendem ao riso.

O londrinens­e explica que os primeiros cliques já se deram na era digitaliza­da. “Mas valorizo quem começou no analógico, era preciso muito mais conhecimen­to e domínio da luz”. Cita Terumi Koga, Rui Porto e Rui Cabral como mentores. “Mas ainda hoje é preciso estudo e dedicação. O olhar faz toda a diferença. Observo a sombra, o direcionam­ento da luz - se vem pela direita ou esquerda e isso é apurar o olhar. Não basta apenas apontar a câmera e fazer o clique, mas sim criar toda uma composição”, diz.

O jeito reservado também compõe o trabalho do fotógrafo. “Eu não caminho entre o público. Fico na minha cadeira como a plateia e a espontanei­dade é regra”. É como um trato entre o autor e a fotografia. “Nunca paro alguém, sou o mais discreto possível e estou sempre em busca do melhor ângulo. Procuro sua melhor expressão e entendo que o artista está lá para a plateia e não para o fotógrafo”. As capturas naturais de Lombardi contam ainda com um elemento: o respeito à luz cênica. “Gosto de fotografar apresentaç­ões noturnas e por isso não uso flash, só a luz cenográfic­a”. Dança do ventre, dança flamenca e as atrações da Vila Triolé e Vila Cultural Cemitério de Automóveis estão no portfólio de Lombardi.

Membro do Foto Clube de Londrina, Lombardi valoriza a troca de experiênci­as e a história de cada um. Outras exposições do autor já foram conferidas no Senai de Arapongas (Diversidad­e), e na Empresa ENAR. Em 2020, Lombardi teve seu projeto aprovado pelo Promic (PROMIC - Programa Municipal de Incentivo à Cultura) e tão logo o Sesc Cadeião seja reaberto, irá expor 40 fotos com o mesmo tema, a “A ARTE DA PALHAÇARIA”.

O acervo formado em quatro anos de trabalho rendeu muitos registros. “Separei 120 fotos”, faz parte do trabalho a seleção e a edição, mas contei com a ajuda de Yone Kotinda (Espaço Cultural CEDDO) e colegas do Foto Clube de Londrina que ajudaram na organizaçã­o da exposição.

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Cesar Augusto/ Divulgação Mário Fragoso no espetáculo “Balada de um Palhaço”

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