Folha de Londrina

Moradores de apartament­os podem cultivar hortas em pequenos espaços

Atividade ajuda a obter alimentos frescos e é uma forma de lazer durante o isolamento social; especialis­ta recomenda opção por hortaliças folhosas, como alface, rúcula e cebolinha

- Larissa Teixeira

Diante do risco de contrair o novo coronavíru­s, há quem tenha diminuído as idas ao mercado e aproveitad­o o tempo em casa para aprender novas atividades. Cultivar uma horta, mesmo dentro de um condomínio, é uma forma de se distrair e comer alimentos saudáveis. Luis Felipe Villani Purquerio, pesquisado­r do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria

de Agricultur­a e Abastecime­nto do Estado de São Paulo, explica que é possível cultivar uma horta em apartament­os.

Em virtude do espaço reduzido, ele recomenda a escolha de hortaliças folhosas, como alface, rúcula, cebolinha, manjericão etc. Segundo o pesquisado­r, para fazer isso, é necessário escolher um local que receba luz solar, utilizar vasos ou garrafas pet com furos embaixo, adquirir terra vegetal e sementes ou mudas. Também é preciso regar, sem encharcar nem deixar a terra secar.

O advogado João Paulo Rossi Paschoal afirma que não há uma lei condominia­l específica sobre o assunto. Condôminos de prédios novos devem consultar o manual da unidade para saber o que pode ou não ser feito em espaços como as varandas. Em casos de dúvidas, vale questionar o síndico.

A recomendaç­ão é que, ao fazer uma horta em casa, não haja exageros. Por exemplo, se a varanda ficar tomada por plantas, pode gerar uma discussão sobre alteração da fachada. Além disso, o peso de vasos grandes ou uso de cimento podem danificar a estrutura.

Nas áreas comuns, a criação de uma horta coletiva deve ser discutida em assembleia. Vale contar com o auxílio de um especialis­ta para que seja feita e cuidada adequadame­nte. “Nada acontece sem discussão, estudo e planejamen­to”, diz.

Com a pandemia, a procura pelos temperos e ervas de chá na horta de um condomínio em Perdizes (zona oeste de São Paulo) aumentou. A síndica Fabiana Braz Pereira Costa, 47, explica que este cenário levou à adoção de medidas como higienizaç­ão e distanciam­ento. Apenas uma família por vez se aproxima com a sua própria tesoura de poda e máscara.

A síndica conta que a horta coletiva existe há três anos

“Nada acontece sem discussão, estudo e planejamen­to”

“As crianças gostam de ir lá sentir o cheiro dos temperos”

e foi muito bem recebida pelos moradores. “As crianças gostam de ir lá sentir o cheiro dos temperos”, conta. Uma vez por mês um jardineiro vai ao local para repor e adubar o espaço. Também é comum que os próprios condôminos levem mudas.

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