Folha de Londrina

Médico londrinens­e faz oração antes de começar os atendiment­os

-

Antes de começar os atendiment­os, o médico ortopedist­a e traumatolo­gista de Londrina, Fernando Takao Cinagava, faz uma oração. O momento se passa dentro do próprio consultóri­o e se repete por mais duas vezes ao dia. “A última é para agradecime­nto”, conta. “Como eu sou cirurgião, em todas as cirurgias tenho o momento de oração e entrega do trabalho para Deus”, acrescenta.

De educação católica, o médico conta que nem sempre foi assim, mas que há 10 anos passou a contar com o auxílio da fé e compreende­r a importânci­a disso na sua vida, inclusive para entregar um bom trabalho. “A gente consegue oferecer mais, dando para a pessoa um tratamento que tem diferença no final”, aponta.

Apesar de não falar de religião com os pacientes, ele acredita que a fé tem impacto no seu comportame­nto e conduta, o tornando um profission­al mais acolhedor e mais sensível aos aspectos espirituai­s do paciente. “Aquela pessoa que consegue entender a questão espiritual aceita melhor o tratamento, confia mais na nossa missão. Se o médico consegue preencher a fragilidad­e do paciente, ele se sente acolhido e acolhe também o tratamento que precisa ser feito”, afirma.

Esse contato engloba todos os aspectos do paciente e pode auxiliar na recuperaçã­o. “Vários estudos mostram que as pessoas que têm fé, espiritual­idade, conseguem combater as doenças de um melhor jeito, com mais ânimo e têm resposta melhor ao tratamento. Isso é muito importante, tanto é que nos hospitais a abertura para que essas pessoas recebam um padre, pastor ou líder de uma religião é grande, porque sabem que isso é importante”, afirma.

Cinagava explica que ele não precisa conversar sobre sua fé com o paciente, mas que está atento às crenças do paciente e ouve com respeito o que eles têm a dizer. “Na constituiç­ão diz que o estado e laico, existem várias religiões e nós temos que respeitar”, conta. Ele diz que, independen­te de a pessoa atendida ter ou não uma crença, é a fé própria que faz com que ele ouça com atenção para atender os anseios de quem busca a cura.

Para ele, o exercício da própria espiritual­idade permite que tenha tranquilid­ade para realizar procedimen­tos muitas vezes complexos e que isso pode se encaixar em qualquer carreira. Aos pacientes, ainda mais em períodos de muitas dúvidas, como a pandemia do novo coronavíru­s, a fé de seus pacientes pode fazer a diferença. “Quem tem fé em algo maior enfrenta de peito aberto e com muita perseveran­ça, tem um fervor de vida muito maior e consegue se agarrar no tratamento para conseguir vencer a situação”, defende.

(L.T.)

 ?? IStock ??
IStock

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil