Deputados questionam rigor das medidas e Ratinho Jr. diz que monitora estatísticas
Desafiante atingido
Ninguém esteve tanto tempo em desafio permanente à Covid-19 como o presidente, já transformado em maior adversário do distanciamento social. Era um mau exemplo porque se opunha ao pensamento científico por sua preocupação com a economia, tratando até com algum desprezo as dimensões da patologia que chamou de “gripezinha”. Agora na condição de portador da doença pode afinal se configurar como bom exemplo, posto que até em meio à sua situação laboratorial tenha demonstrado apego salvacionista à cloroquina, cuja eficácia é cada vez mais negativa.
Difícil imaginar uma figura tão ativa – o que o demonstrou nas entrevistas que se seguiram à revelação laboratorial- observando cautelas na quarentena naquele agito permanente e nas suas idas e vindas ao cercadinho em que o esperam seus mais apaixonados seguidores. Vamos torcer por sua recuperação tanto no enfrentamento da pandemia que o acabou atingindo como na sua forma de ver a democracia que nos derradeiros momentos já o revela mais contido e aberto à pacificação.
Londrina teimosa
Fiscalização frouxa e ainda mais sem multa, o que sustenta abertura das lojas, faz com que o distanciamento social desejado não seja atingido em Londrina como se dá em Curitiba, ainda que esteja próxima da saturação com quatro UTIs e quatro enfermarias lotadas, o maior dos hospitais, o das Clínicas, sem nenhuma vaga. O pior no caso do Paraná é a contestação aberta ao governador no plano construído para prevenir os males e considerado exagerado por parte dos políticos e empresários. Prefeituráveis de Londrina, à exceção do candidato petista, tomam posição contra a quarentena e criticam o prefeito Marcelo Belinati, que é uma forma de transformar a moléstia em material de campanha eleitoral. Em Curitiba, Rafael Greca se recusa à posição acrítica, mas a sua secretária de Saúde alerta para a agudeza do desafio em julho.