Folha de Londrina

A necessária empatia

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Os olhos do Brasil e do mundo se voltaram nesta terça-feira (7) para Brasília, mais especifica­mente para o anúncio de que o presidente Jair Bolsonaro contraiu o novo coronavíru­s e ficará em isolamento social pelo período que determina o protocolo do Ministério da Saúde.

Bolsonaro é o quarto chefe de Estado ou de governo a ser diagnostic­ado com a Covid-19. Além dele foram contaminad­os o premiê britânico, Boris Johnson, o príncipe Alberto, de Mônaco, e o presidente de Honduras, Juan Hernández. Felizmente, todos se recuperara­m bem e o mesmo se espera para o presidente brasileiro. Uma pronta recuperaçã­o da doença.

Bolsonaro confirmou que contraiu o novo coronavíru­s em entrevista a emissoras de TV no Palácio da Alvorada, na manhã desta terça (7). De máscara, ele contou que decidiu realizar o teste na segunda (6) após sentir sintomas leves: febre baixa e tosse.

O presidente tem 65 anos, idade que o coloca no grupo de risco. Mas garantiu que está bem e depois de se distanciar alguns passos, tirou a máscara para mostrar aos repórteres que nada havia mudado e gostaria até de fazer uma caminhada.

O teste positivo de Bolsonaro para o novo coronavíru­s foi manchete em vários sites de notícias internacio­nais e alguns veículos ressaltara­m o fato de que o presidente brasileiro, em diversas ocasiões, subestimou a pandemia de Covid-19.

Mesmo criticando, os veículos de comunicaçã­o foram respeitoso­s. O problema é quando muitos internauta­s usaram as redes sociais para ironizar que o presidente é vítima da “lei do retorno” ou para ganhar audiência com hashtags revanchist­as e de mau gosto.

Não se brinca com uma doença que se tornou a maior crise sanitária dos últimos tempos e uma tragédia para a saúde pública e para a economia. Todos perdem com a

Covid-19.

Em Londrina, há uma preocupaçã­o, hoje, com o estado de saúde dos idosos que são atendidos em instituiçõ­es de longa permanênci­a. Depois da morte de oito idosos por Covid-19 em um dos asilos, a prefeitura pretende fazer a testagem em massa das mais de 500 pessoas que moram em 21 instituiçõ­es. A medida valerá também para funcionári­os e colaborado­res que atuam nos asilos.

É sério o momento pelo qual o Brasil passa, com o seu próprio presidente acometido pela Covid-19. Mais do que nunca, estamos em uma fase em que os esforços individuai­s e coletivos são necessário­s para conter a epidemia.

E entre os esforços, está cuidar daqueles que são mais vulnerávei­s, como os idosos que vivem em asilos e têm na solidão mais um complicado­r.

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