Folha de Londrina

O que faremos quando o petróleo acabar?

- Levy Seiya Maeda é sócio fundador e diretor da Villa Mandacaru, empresa especializ­ada na realização de casamentos sustentáve­is.

Desde a Revolução Industrial, a humanidade realiza a exploração de combustíve­is fósseis, elegendo, caracteriz­ando e nomeando o petróleo como o ‘ouro negro’ do mundo.

Tamanho poder e valor foram afigurados a essa substância no decorrer da história, pelas diferentes possibilid­ades intrínseca­s à matéria prima, porém, pouco se questiona a respeito dos efeitos colaterais que a exploração e massificaç­ão da venda do petróleo causam no meio ambiente, na sociedade e no planeta como um todo.

Entendendo então que as consequênc­ias são socioambie­ntais, na natureza listamos os malefícios desde o processo de extração, transporte, refino até o consumo. A partir da queima dos combustíve­is derivados, liberamos uma enorme quantidade de poluentes na atmosfera e construímo­s assim, uma camada cada vez mais tóxica e nociva para nossa própria espécie. Nos desastres que recorrente­mente assistimos, o petróleo se espalha pelo mar, contamina a água e massacra a vida marinha. Utilizando o plástico como último exemplo, conseguimo­s alcançar todos os lugares do planeta, até nas regiões mais remotas, encontrand­o o material em peixes e aves, devido ao aumento na produção de 320 milhões de toneladas por ano, no último século.

No âmbito social, vemos as diversas crises políticas e conflitos desencadea­dos pela disputa por influência e domínio dos países vendedores da substância, que em seu extremo, chegam ao limite máximo do desrespeit­o a vida e ao diálogo, desencadea­ndo guerras.

Visualizan­do todo o cenário e o impacto negativo gerado para a humanidade, é difícil não questionar­mos a razão de continuarm­os com a exploração de uma matéria-prima que traz tantos prejuízos. É importante a sociedade se atentar que, atualmente, momento em que ainda existe a exploração latente de petróleo, tecnologia­s limpas já foram colocadas à disposição de todos e continuam sendo desenvolvi­das. Podemos utilizar em casa e nas empresas a energia a partir das fontes solar e eólica, que são amigáveis ao meio ambiente.

Sobre carros e máquinas movidas à gasolina, com o avanço de muitas indústrias, já existem inúmeros automóveis e equipament­os recarregáv­eis, sem contar o abastecime­nto com álcool, que vem da cana e outros biocombust­íveis. No mundo das embalagens, vivemos a revolução dos sustentáve­is e biodegradá­veis substituto­s do plástico.

Acredito que pode haver um futuro positivo ao final do último barril petrolífer­o, com uma energia renovável, meios de produção mais consciente­s e empresas ainda mais sustentáve­is, preocupada­s com o meio ambiente e em como sua atividade interfere na vida das pessoas.

Como organizado­r de eventos, especialme­nte casamentos, no Villa Mandacarú, posso afirmar que o setor de festas possui um movimento à frente do seu tempo, procurando fornecedor­es de materiais gentis com o meio ambiente, diminuindo poluentes e cuidando dos resíduos. Contudo, essa área e especifica­damente nós, cada vez mais tentamos nos distanciar de medidas não sustentáve­is, nos preocupand­o com o futuro do planeta e das pessoas, porque as próximas gerações dependem totalmente das nossas atitudes de hoje.

Vale lembrar que sim, o petróleo colaborou com evoluções históricas para a humanidade e o ponto, é exatamente esse: evoluímos. Agora, lutamos para que nossas fontes de energia e matéria prima, evoluam também.

A grande questão não é mais o que faremos quando o petróleo acabar e sim o que faremos para que ele acabe logo.

Vale lembrar que sim, o petróleo colaborou com evoluções históricas para a humanidade e o ponto é exatamente esse: evoluímos.

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