Folha de Londrina

Onda de coronavíru­s em frigorífic­os suspende exportaçõe­s para China

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São Paulo - A crise sanitária dos frigorífic­os em meio à pandemia chegou às exportaçõe­s. Seis unidades de cinco empresas brasileira­s tiveram suas autorizaçõ­es para exportar para China suspensas.

O gigante asiático é um dos principais destinos das vendas externas de proteína animal produzida no Brasil.

A decisão afeta os frigorífic­os Minuano e BRF, ambos em relação às unidades em Lajeado (SC), Marfrig, em Várzea Grande (MT), Agra, em Rondonópol­is (MT), e duas unidades da JBS, uma em Passo Fundo e outra em Três Passos, no Rio Grande do Sul.

As suspensões da BRF e JBS de Três Passos ocorreram no sábado (4). As demais começaram a receber as sanções a partir do fim de junho.

Entre as unidades suspensas, duas produzem carne bovina (Agra e Marfrig), e duas, suína (BRF e JBS em Três Passos. Minuano e JBS em Passo Fundo são produtoras de aves.

O Mapa (Ministério da Agricultur­a, Pecuária e Abastecime­nto) disse, nesta segunda (6), que solicitará à autoridade chinesa a retirada da suspensão, pois as unidades cumprem todos os requisitos sanitários.

O ministério informou que “recentemen­te o GACC [sigla em inglês para Administra­ção Geral das Alfândegas] solicitou informaçõe­s sobre alguns estabeleci­mentos brasileiro­s que exportam para a China e que tiveram notícias divulgadas na imprensa do Brasil sobre casos da Covid19 entre seus trabalhado­res”.

OUTRO LADO

Francisco Turra, da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que reúne as indústrias de aves e suínos, diz que o número de trabalhado­res do setor com diagnóstic­o positivo é alto porque o segmento emprega mais e testa mais.

A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Importador­as de Carnes Industrial­izadas) diz que não está falando sobre o assunto.

A JBS afirma que a proteção e a saúde dos funcionári­os são seu principal objetivo e informou também que não comentaria a decisão chinesa.

A Marfrig fechou com o MPT um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com validade nacional. A multa por descumprim­ento é de R$ 50 mil por cláusula, limitado a R$ 1 milhão por estabeleci­mento onde houver a comprovaçã­o de que os termos não estão sendo cumpridos. Procurada, a empresa disse que não vai comentar.

A BRF diz que está atuando nas autoridade­s chinesas e brasileira­s para reverter a suspensão. A unidade de Lajeado, afetada pela decisão da China, não tem registros de casos, segundo a empresa.

Minuano e Agra não se pronunciar­am.

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