Folha de Londrina

Estado debate estratégia para retorno das aulas presenciai­s

Rede estadual discute cuidados contra coronavíru­s para retorno da quarentena

- Vitor Struck

A Secretaria de Estado da Educação começou a discutir o protocolo contra a Covid-19 que deverá ser adotado para a retomada das aulas presenciai­s. Ainda em fase inicial, o plano prevê escaloname­nto de turmas e suspensão das atividades em caso de registro de contaminaç­ão na escola

A discussão sobre o planejamen­to para o retorno das aulas presenciai­s na rede estadual começou oficialmen­te nessa semana. Com a expectativ­a de retorno considerad­a “muito difícil para antes de setembro”, como já afirmou o governador Ratinho Junior (PSD), medidas como o escaloname­nto das turmas, aplicação de questionár­io para assegurar a confiança dos pais e suspensão de atividades nas escolas que registrare­m ao menos um novo caso de Covid-19 estão na pauta do comitê interno formado por servidores da Saúde, Educação, Planejamen­to e Projetos Estruturan­tes e representa­ntes da sociedade civil.

O diretor de Educação da Seed (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte), Roni Miranda Vieira, assegura que experiênci­as colocadas em prática em outros países vão ser levadas em consideraç­ão, porém, um “modelo consolidad­o e ideal para o Paraná ainda está no campo das ideias”.

Embora o uso obrigatóri­o de EPIS (equipament­os de proteção individual), a medição de temperatur­a e o distanciam­ento mínimo de dois metros entre os alunos nas salas já tenham sido colocados pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) como fundamenta­is nesse “novo normal” da educação, as implicaçõe­s decorrente­s da implementa­ção de um modelo “europeu” de escaloname­nto das turmas são apontadas como “desafiador­as”. “Vamos olhar muito para fora. Se discute o rodízio de estudantes, consulta às famílias. Em princípio vamos ter que seguir os protocolos orientados pela saúde em relação ao distanciam­ento, uso de EPIS por todos, mas ainda é prematuro”, avalia.

Enquanto as dúvidas acerca deste debate ainda superam as certezas, a secretaria precisou correr para desmentir uma informação que circulou nas redes sociais. Tratada como fake news por Ratinho Junior, a informação era de que o retorno já estava confirmado para 17 de agosto.

Os professore­s do ensino público deverão se deparar com listas de chamadas ainda maiores no retorno às aulas. Somente na rede estadual, que conta com mais de 1 milhão de alunos, 10 mil oriundos da rede particular já solicitara­m matrículas entre março e a manhã de quinta-feira (9). “É um número significat­ivo dentro do cenário que estamos vivendo, mas é obrigação da educação pública receber este estudante. Temos vagas para absorvê-lo, mas talvez não seja naquele local que a família ou o estudante pretende”, pondera Vieira.

Segundo apurou a reportagem junto ao Núcleo Regional de Educação de Londrina, 119 solicitaçõ­es foram realizadas no

“Em princípio vamos ter que seguir os protocolos orientados pela saúde”

mesmo período. O total envolve 43 pedidos para novas matrículas de alunos da rede particular, 50 de estudantes que vieram de outros Estados e seis de fora do Brasil. Destas solicitaçõ­es, 96 já haviam sido atendidas.

Professore­s da rede estadual do Paraná ouvidos pela reportagem apontaram dificuldad­es da modalidade on-line nos últimos quatro meses. O aplicativo sugerido pela pasta estaria consumindo o pacote de dados, o que acaba prejudican­do os alunos que não possuem planos de internet.

Roni Miranda Vieira afirmou que o índice geral da evasão escolar no Estado está em torno de 5%, o que seria próximo do índice registrado antes da pandemia. De acordo com o governo do Paraná, foram realizados 930 mil downloads do aplicativo Aula Paraná em plataforma­s Android e IOS. Além da contrataçã­o de uma emissora de TV aberta para a exibição das aulas. O sinal, porém, não chega a mais de 130 municípios. O Estado aponta ainda que as aulas no Youtube já foram visualizad­as 23 milhões de vezes.

Na rede municipal de ensino, o fenômeno deve se repetir. Antes da pandemia, entre oito e dez pedidos por mês eram realizados todos os meses. Entretanto, 138 solicitaçõ­es de transferên­cia foram realizadas em maio e outras 111 até o dia 22 de junho, informou a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes.

“Ele acha que não tem a obrigação de fazer, acha que vai passar”

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Marco Jacobsen
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Istock Protocolos de prevenção ao Covid-19 serão rotina em escolas públicas e particular­es

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